Ensino superior

Ensino Superior: mantenedoras tentam aplicar mão de gato no reajuste

Atualizada em 23/03/2023 21:11

Patronal quer fazer de conta que 2022 não existiu. Professoras e professores não tiveram aumento, mas instituições de ensino faturaram o ano inteiro. Não esquecemos o que nos é devido. Seguem as negociações. E nossa mobilização deve subir o tom ainda mais.

Na rodada de negociação do Ensino Superior 2023 desta quinta-feira, 23/03, a comissão de negociação dos sindicatos, coordenada pela Fepesp, defendeu novamente as reivindicações que afetam diretamente professoras e professores, diante das condições de trabalho criadas com a introdução de tecnologias em salas de aula e a expansão em grande escala das aulas remotas - que vêm promovendo a degradação do ensino, a precarização da atividade do professor e o aumento do volume de trabalho nas IES.

Foi uma rodada em que mais uma vez defendemos o que foi deliberado nas assembleias. E que mostrou, também mais uma vez, que as mantenedoras não negociam com seriedade.

Os patrões propuseram um esquema de pagamento de reajuste somente a partir de abril deste ano. Não querem pagar o reajuste de 2022. Respondemos: isso não é sério. Essa proposta patronal é indecorosa e indecente. Por quê? Ponto por ponto:

1. Não reconhece a sentença normativa que mandou pagar 10,78% a partir de março/22;
2. Quer pagar parte dessa dívida parceladamente, até fevereiro de 2024;
3. Quer pagar apenas a metade da inflação no mês abril e deixar de pagar reajuste deste mês de março;
4. "Embolsa" a outra metade da inflação de 2022; e
5. Não discute o pagamento de aumento real ou de abono.

Evidentemente, a comissão dos sindicatos recusou de cara essa proposta descabida. Não há o que inventar e insistimos nisso: reconheçam a sentença do Tribunal e paguem o que devem, como decidido no julgamento de nosso dissídio de greve, que determinou reajuste salarial de 10,78% a partir de março de 2022.

Nessa terceira rodada de negociações, também foram defendidas pelos sindicatos a inclusão de cláusulas na convenção coletiva sobre direitos de autor do professor e da professora e a utilização de aulas gravadas repetidamente, impedimentos para o ensalamento de alunos em classes cada vez maiores, a regulamentação das disciplinas lecionadas a distância em cursos presenciais, as bolsas de estudo de professores e dependentes. Todos esses itens estão na mesa, foram deliberados em nossa assembleia, e queremos a inclusão na convenção coletiva. 

Nova rodada de negociação está marcada para a próxima sexta, dia 31. E, se o patronal insiste em não conversar com seriedade, a gente aumenta a pressão e faz crescer ainda mais a mobilização em cada uma e em todas as instituições de ensino. É o bom barulho - e os patrões terão de ouvi-lo. 

Fonte: FEPESP

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