Bolsonaro ensina crianças a destratar e rir de deficientes físicos

Texto atualizado em 13/09/2022, às 16h

Se alguém tinha alguma dúvida sobre o  ensino domiciliar e o grupo que o defende, o péssimo exemplo do encontro de um grupo de crianças com Bolsonaro, no Palácio do Planalto, é a maior evidência da temeridade que o homeschooling representa.

As crianças que foram ao Planalto aparentam ter entre 6 e 13 anos de idade. Elas integram o Classical Conversations, um grupo de educação domiciliar cristão que nasceu na Carolina do Norte, aportou no Brasil em 2018 e hoje tem comunidades em quase todos os estados. Na conversa, Bolsonaro negou o golpe de 1964 e a ditadura, acusou as escolas públicas de "ensinarem errado" por razões ideológicas e acusou Lula de fazer o mal. Não citou o seu nome, mas  chamou-o de "sem dedinho", provocando risada nas crianças e nos adultos presentes. Mentir só não basta: ele precisou fazer piada de uma deficiência física, ensinando as crianças que elas podem ter a mesma conduta - fazer piada e rir - com qualquer coleguinha deficiente físico. Bonito, não?

Que pais são esses que expõem seus filhos a esse tipo de comportamento? Isso mostra que o ensino domiciliar está longe de garantir educação e proteger as crianças. Se esse fato lamentável aconteceu no Palácio do Planalto, publicamente, com registro em vídeo, imagine o que pode acontecer com crianças trancadas em sua casa, sem nenhum tipo de controle. 

A educação escolar, ela sim, garante proteção e ensino, porque na escola existe controle e o ensino se pauta pela Ciência e não pelo preconceito e pela ideologia vulgar de ultradireitistas.

Quem tiver interesse, pode assistir ao vídeo na página da Carta Capital no YouTube