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Audiência pública expõe a violência das demissões na Estácio

Atualizada em 15/12/2017 12:10

Professores demitidos na frente de alunos, arrancados da sala de aula, retirados a força dos prédios, impedidos de aplicar prova, corrigir TCC e lançar notas, proibidos de comparecer à formatura de seus alunos.

A truculência da Estácio para demitir o corpo docente foi narrada com detalhes por professores e alunos na audiência pública, realizada na Assembleia Legislativa, dia 14/12, por iniciativa do deputado Carlos Giannazi (PSol). A longa lista de denúncias não se limitou ao constrangimento e à violência.

Alunos questionaram a ‘nota 7’ atribuída linearmente aos TCCs. “Qual foi o critério da minha avaliação? Quem é essa pessoa que me deu nota 7, não só pra mim, mas pra toda uma sala de dez, até quinze pessoas? Eu me sinto ultrajada”, protestou a aluna Márcia Cristina.

Também a denúncia de que a Estácio demitiu para contratar por salário mais baixo ganha cada vez mais força. Um dos presentes disse que a Estácio está oferecendo R$ 17,00 para especialistas, R$ 25,00 para mestres e R$ 30,00, bem abaixo do que é pago atualmente. Uma pessoa obteve a informação depois de ligar para a Estácio dizendo-se interessado pelo edital de seleção publicado no site.

Um outros professor, Carlos Florêncio, disse que ainda há muito professores que recebem mais que a Estácio. “Isso indica que as demissões e a precarização devem continuar nos próximos semestres”, concluiu. “O objetivo da Estácio é reduzir o custo da folha de pagamento e ampliar sua margem de lucro. Fará isso reduzindo os salários e aumentando o número de alunos na sala de aula.

Um outro professor, Ricardo, disse que a Estácio deixa de oferecer disciplinas em determinados semestres para estimular os alunos a se matricularem em turmas diferentes. “Tudo isso para favorecera formação de classes com até 100 alunos de diferentes turmas”.

O diretor do SinproSP, professor Walter Alves lembrou das principais reivindicações dos professores – retratação pública e indenização pelo constrangimento e assédio; manutenção das bolsas de estudo e plano de saúde. Ele conclamou os professores a participarem da assembleia que ocorre sexta-feira, 15, às 15h, no SinproSP. Walter fez um protesto contra a política mercantilista da Estácio. “Esses grandes grupos se expandiram com o uso de recursos públicos, como o Fies e o ProUni, mas não têm qualquer responsabilidade com Educação e Cultura. Seu único compromisso é com a margem de lucro e o montante transferidos aos acionistas.”, denunciou Walter.

O diretor do SinproSP anunciou que também o deputado federal Orlando Silva (PCdoB/SP) requereu uma audiência pública na Câmara dos Deputados, em Brasília. Ela ocorrerá na 4ª feira, dia 20, às 10h.

O deputado Carlos Giannazi (Psol) informou que já fez uma representação contra a demissão junto ao Ministério Público do Trabalho. Disse ainda que enviará uma reclamação ao MEC, pedindo providências concretas. Disse que manifestações como a audiência pública são importantes para dar visibilidade às denúncias. Ao final, ele conclamou os professores a irem ao plenário da Assembleia, onde ocorria uma votação. Durante a sessão, Giannazi e a deputado Beth Sahão (PT) manifestaram solidariedade aos professores da Estácio.

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