SinproSP

A Bienal dos 450 anos

Atualizada em 14/04/2004 15:35

Elisa Marconi e Francisco Bicudo

Começa no dia 15 de abril e vai até o dia 25 deste mesmo mês uma das maiores festas de São Paulo: a 18a Bienal do Livro. A feira deste ano homenageia o 450o aniversário da cidade e apresenta números que sintetizam a imensidão da metrópole. Eles estão bem de acordo com a data: em 15 mil metros quadrados, 320 expositores, representando 830 selos editoriais, vão expor seus 150 mil títulos, sendo 2 mil lançamentos, com 330 sessões de autógrafos. O público esperado é de 600 mil pessoas, semelhante ao recebido na Bienal de 2002.

Mas a grandeza da Bienal não pára por aí. Entre os autores brasileiros esperados para o lançamento de livros, sessões de autógrafos e participação no Salão de Idéias – 40 encontros gratuitos, reunindo escritores e público - estão, por exemplo, Ana Maria Machado, Ignácio de Loyola Brandão, Leonardo Boff, Lya Luft, Marcelo Rubens Paiva, Nelida Piñon, Pasquale Cipro Neto, Rubem Alves, Marcelo Duarte, Ziraldo, Ruth Rocha, Lygia Fagundes Telles, entre outros. Muitos outros.

Imensidão de números
Aliás, o que mais chama a atenção na edição de 2004 da feira é mesmo a imensidão dos números. Semanas antes do início da feira, a Câmara Brasileira do Livro (CBL), entidade que organiza a Bienal, já registrava quatro mil professores inscritos, 1200 escolas cadastradas (cada uma levando cerca de 100 crianças, num total de 120 mil alunos) e outras 200 em lista de espera. “É a Bienal do overbooking”, explica o diretor-executivo da CBL, Armando Antongini. “Temos lista de espera para tudo. Para autores, auditórios extras, empresas querendo fazer coquetéis. E não há mais espaço nem horário para tudo isso”, completa, orgulhoso. Como foi dito, um mega-evento, à altura dos 450 anos de São Paulo.

Mas quem pensa que essa enormidade de gente e livro vai tornar a visita desagradável está muito enganado. Há novidades na feira deste ano que vão facilitar a vida do visitante. “Já estamos na 18a edição da feira. Com tantos anos de realização, não dá para inventar muito. Estamos aprimorando detalhes”, afirma Antongini. A entrada nos pavilhões do Centro de Exposições Imigrantes – onde a feira será realizada – não acontecerá exclusivamente pela Rodovia dos Imigrantes, como em 2002. Este ano, haverá, além da entrada principal, um outro acesso, pela Avenida Miguel Stéfano, o que muda a organização interna do evento. É o que garante o diretor executivo da CBL: “Todos os serviços vão ser dobrados. Ou seja, serão duas recepções, duas entradas, duas praças de alimentação, uma de cada lado”. E, melhor, com a nova disposição, aquele espaço conhecido como fim de feira, que não atrai muito nem público nem expositores, deixa de existir. “Vamos melhorar a circulação e os fluxos para todos”, coloca Antongini.

Destaque para educação
Como não podia deixar de ser, outro destaque da Bienal 2004 é o setor da Educação. Professores e estudantes terão tratamento especial na feira. Aos mestres, os organizadores reservaram o “Fala, Professor”, um grupo de palestras interessantes que tratarão de temas variados como música, quadrinhos, matemática, drogas, literatura, analfabetismo e as relações desses temas com o ensino. Os encontros contribuirão com a formação do docente e também com seu currículo, já que serão entregues certificados aos participantes. “A idéia é mesmo dignificar o professor. Sem pagar nada [ingresso e participação nos encontros são gratuitos], o professor se recicla, se informa, se forma, areja, discute e sai com um banho de cultura”, explica Antongini.

Na outra ponta, estão estudantes, que também foram lembrados. Para os pequenos leitores, haverá cantos apropriados, coloridos, com mesas ou almofadas. Em alguns estandes também haverá contadores de história e mágicos. Mas certamente o que mais vai encantar as crianças é um livro gigante, onde elas podem entrar e conhecer um pouco sobre os países de origem e a cultura das etnias das pessoas que vieram para o Brasil formar o povo de São Paulo, numa clara referência aos 450 anos da metrópole.

E por quê um cuidado tão grande com os pequenos leitores? “Está provado que só é possível estimular o hábito da leitura em crianças até 12 anos. Por isso é que estamos há anos investindo na criançada. Só assim vamos diminuir a taxa de analfabetismo, melhorar a educação e fazer do Brasil um país menos desigual”, responde o diretor da CBL.

Certamente a maioria das escolas concorda com essa visão e, por isso, lotam a fila de espera para fazer um passeio à Bienal; de quebra, ainda servem de exemplo aos outros visitantes. Já se tornou mais do que tradicional a cena clássica dos alunos em fila indiana e a mãozinha sobre o ombro do colega da frente. “É emocionante”, confirma Antongini.

Os alunos mais velhos e universitários não foram esquecidos e também têm uma programação especialmente reservada para eles. Para os aprendizes maiores, estão previstos debates, encontros com autores, com compositores tipicamente paulistanos, como Tom Zé e Luiz Tatit, além de lançamento de livros e palestras no “Café Paulicéia” e no “Salão de Idéias”. Em suma: não dá para perder essa festa literária e cultural, idealizada para todos os públicos e gostos.

Informações úteis:
Data - 15 a 25 de abril de 2004
Inscrições, programação e mais informações pelo site: www.bienaldolivrosp.com.br
Professores em exercício não pagam (é necessário comprovar a atividade por meio de documentação: carteira profissional, holerite etc.). Adultos com mais de 65 anos também têm entrada franca.
Local - Centro de Exposições Imigrantes (SP) - Rodovia dos Imigrantes (km 1,5)
Acesso pela Rodovia dos Imigrantes e Avenida Miguel Stéfano
Horário - 10h00 às 22h00
Entrada - adultos: R$ 8,00; estudantes: R$ 4,00 (precisa apresentar comprovante escolar); crianças até 12 anos e adultos acima de 65 anos não pagam.
Professores em exercício, autores, bibliotecários e profissionais do livro: entrada gratuita (com apresentação de comprovante profissional)
Estacionamento - veículos de passeio: R$ 12,00 e motos: R$ 10,00
Transporte grátis: Microônibus urbanos farão o traslado gratuito até Bienal (ida e volta), partindo da Estação Jabaquara do Metrô.

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