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O centenário do poeta Mario Quintana

Atualizada em 28/07/2006 16:12

Um poeta das coisas simples, do dia-a-dia. Mario Quintana era assim, alguém que acreditava na poesia da vida. “Enquanto houver esperança, haverá vida e a gente nunca perde a esperança”, disse certa vez em entrevista. Se estivesse vivo, faria 100 anos no próximo domingo, dia 30. Motivo para uma série eventos que estão programados em sua homenagem.

Gaúcho de Alegrete, Quintana trilhou carreira no jornalismo: trabalhou na Revista do Globo e nos diários O Estado do Rio Grande e Correio do Povo. Teve papel importante como tradutor, sendo responsável pelas primeiras traduções no país de escritores como Voltaire, Marcel Proust e Virginia Wolf. Aos poucos construiu sua obra como poeta. A Rua dos Cataventos, o primeiro livro, saiu em 1940. Muitos outros vieram depois, a exemplo de O Aprendiz e Feiticeiro, Sapato Florido, O Batalhão das Letras.

A importância da obra de Quintana está no fato de ter re-criado um lirismo à altura de qualquer leitor, sem fazer concessões a qualquer sentimentalismo, nem se submeter à ditadura de sofisticadas teorias literárias, como explica o escritor e amigo do poeta Armindo Trevisan, autor do livro Mario Quintana Desconhecido (editora Brejo). “A sua poesia é a de qualquer cidadão do século XX, que já não tem tempo para decifrar hierógrifos emotivos. Ele extrai personalidade de suas vivências, dores e alegrias e do assim dito ‘inconsciente coletivo’, as emoções que acompanham o homem desde a Pré-História”, completa Trevisan.

Em artigo publicado no site oficial do centenário do poeta, Tania Carvalhal, professora de Literatura da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, explica que “com os anos a poesia de Quintana foi crescendo aos olhos do leitor que aprendeu a descobrir que a aparente facilidade de sua poesia é resultante de um complexo trabalho de linguagem, de uma depuração lenta que nada deve ao espontâneo”. Tania coordena a coleção especial da Editora Globo que está relançando as obras do poeta.

Atividades comemorativas
A Casa de Cultura Mário Quintana, em Porto Alegre, tem uma série de eventos programados em homenagem ao poeta. Em São Paulo, o SESC organizou várias atividades dentro da série Quintanares que incluem exposição de poesias no centro da cidade, projeções de poemas digitais e intervenções artísticas. Veja programação completa aqui.

O Museu da Imagem e do Som (MIS) exibe até domingo, dia 30/08, das 10h às 18h, registros em vídeo com o poeta, entrevistas, declamações de poemas e depoimentos.

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