Marcada a 10ª marcha de luta pela democracia racial
Um trajeto de história
A Igreja da Boa Morte, ponto de partida da Marcha, é historicamente conhecida por ser o local onde escravos “rebeldes” e condenados recebiam as últimas “bênçãos” antes de serem executados. Desde 1980 os Agentes de Pastoral Negro tem também sua sede nacional. Saindo da Rua do Carmo, a Marcha sobe a Rua Tabatinguera, nome indígena de origem Caiubi. Na esquina destas ruas, há mais uma lembrança: as crianças abandonadas deixadas ali eram acolhidas e batizadas pelo Bispo local. Este recolhimento passou a ser feito depois pela “Roda dos Enjeitados”, construída em 1924 pela Santa Casa.
Depois, a Marcha prossegue pela Praça da Sé (onde havia um Pelourinho no século XVII).Seguindo para o largo de São Francisco onde se localiza a faculdade de Direito da USP , que ainda não tem Cotas para Negros(as), deceremos a Rua São Bento , chegando a Pça Antonio Prado com esquina Quinze de Novembro (antiga Rua do Rosário dos Homens Pretos), podemos ver onde existia a Igreja de Nossa senhora do Rosário dos Homens Pretos, de 1724(transferida no início do século XX Para o Largo do Paysandu). O trajeto segue pela Rua Líbero Badaró, Viaduto do Chá e Praça Ramos, onde fica o Teatro Municipal – local onde foi criado o Movimento Negro Contemporâneo (Ano de 1978),O caminho continua pela rua Conselheiro Crispiniano, chegando, enfim ao Largo Paissandu, onde esta localizada a Igreja de Nossa Senhora do Rosário dos Homens Pretos
A Marcha pretende iniciar o primeiro minuto do dia 13 de maio como um protesto contra o racismo e todas as formas de discriminação.* Todos os dados foram extraídos de um projeto de Mestrado do Padre José Enes de Jesus, presidente do Instituto do Negro Padre Batista, entidade que juntamente com outras organizações do movimento negro, popular, promovem a Marcha.