Voz do professor

Fabiana Zambon fala sobre a saúde vocal de professores em evento na ALESP

Atualizada em 31/10/2024 16:34

Na última terça-feira, dia 29 de novembro, Fabiana Zambon, fonoaudióloga coordenadora do Programa de Saúde Vocal do SinproSP, participou do evento “Desafios na Saúde Vocal Profissional: Avaliação e Notificação do Distúrbio Vocal Relacionado ao Trabalho”, na ALESP (Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo). 

Organizado pelo Crefono (Conselho Regional de Fonoaudiologia de São Paulo), o evento contou também com outros nomes importantes de saúde vocal e do trabalhador, como Maria Maeno, pesquisadora do Fundacentro, e Léslie Piccolotto, professora titular do Departamento de Teorias e Métodos da Fonoaudiologia e da Fisioterapia da PUC/SP. Ambas participaram ativamente das defesas e das discussões para que ficasse garantido o reconhecimento do Distúrbio de Voz Relacionado ao Trabalho (DVRT) e a consequente publicação do Protocolo DVRT, pelo Ministério da Saúde. 

A partir de agora, independentemente do vínculo empregatício, a notificação do DVRT é uma obrigação de profissionais da saúde e empresas e escolas, tanto públicas quanto privadas, pelo CID R49. Instruções sobre como realizá-la podem ser acessadas aqui.

Ao longo das três horas do evento, os desafios da voz no trabalho e a importância e funcionamento das notificações foram destacados pelos diferentes participantes. Fabiana, que é mestre e doutora em Distúrbios da Comunicação Humana pela UNIFESP e especialista em voz, apresentou, para o auditório cheio, como os problemas de saúde vocal afetam especificamente as professoras e os professores, e que tipo de estratégias foram elaboradas no Programa do SinproSP para lidar com eles. 

“Na maior parte dos casos, os docentes só percebem que há uma necessidade de atendimento fonoaudiológico quando os sintomas e desconfortos já estão muito evidentes”, explicou. “E quando o desconforto vocal já é grande, a dificuldade de estar em sala de aula e trabalhar no dia a dia é bastante significativa”.  

Ela ainda defendeu a relevância da notificação para o trabalho político do SinproSP na defesa de melhores condições de trabalho, já que dados sobre distúrbios vocais são essenciais para as negociações nas Campanhas Salariais, pensando em cláusulas que ajudem a diminuir o problema. 

“Uma informação importante é que dificilmente o professor da rede privada se afasta do trabalho. Eu já atendi mais de 1.500 professores e posso contar nos dedos os que tinham alteração vocal intensa e que conseguiram se afastar por alguns dias, para fazer o tratamento”, alertou Fabiana. “Nosso próximo passo no programa é que essa notificação aconteça de uma forma sistematizada, organizada e segura, e que a gente consiga que esse professor da rede privada apareça nos dados epidemiológicos”.
 

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