Nota contra as demissões na PUC-SP e em defesa da universidade
O Sindicato dos Professores de São Paulo (SINPRO-SP) vem acompanhando com extrema preocupação os desdobramentos da crise financeira que afeta a Pontifícia Universidade Católica de São Paulo. Nos últimos dias, depois de anunciada a intervenção da Fundação São Paulo nas atividades administrativas internas da universidade, esperava-se que prevalecesse o bom senso de seus mantenedores na busca por soluções que preservassem a qualidade do ensino e da pesquisa que a PUC-SP reconhecidamente tem, num panorama geral em que a mercantilização do ensino afeta todas as instituições e que transforma a escola superior brasileira em mero jogo de interesses econômicos.
No entanto, na última sexta-feira, dia 17 de fevereiro, toda a sociedade, e em especial a comunidade acadêmica da PUC-SP, foi informada sobre a demissão de 211 professores, número que se acrescenta àquele de demitidos ao final de 2005. No total, as atividades letivas da universidade podem começar com um corte que chega a 472 docentes, fato que, sem sombra de dúvidas, afeta todas as rotinas de uma instituição de ensino.
Tendo em vista esse quadro, o SINPRO-SP, em primeiro lugar, manifesta sua plena solidariedade aos colegas da PUC-SP, em especial àqueles que foram atingidos por medidas que, ao que tudo indica, estão sendo ditadas por uma lógica discricionária que ignorou seu mérito profissional. Em segundo lugar, o Sindicato adverte os dirigentes da universidade e seus mantenedores para as dramáticas conseqüências dessa postura, já que as demissões atingem o patrimônio intelectual que a Pontifícia Universidade Católica de São Paulo construiu ao longo de toda a sua existência, com sérios prejuízos não só para seus estudantes mas para toda a sociedade brasileira.
O SINPRO-SP repudia a filosofia que está orientando as medidas de saneamento financeiro da PUC-SP, conclama os professores à mobilização, exige a imediata revisão das demissões e o estabelecimento de conversações que busquem, democraticamente, soluções que preservem a própria universidade.
Sindicato dos Professores de São Paulo