Ensino Superior: negociação de 2023 começa com defesa de dissídio de 2022
Sindicatos e mantenedoras se encontram em primeira rodada de negociação. Ponto de partida é sentença normativa do TRT, em julgamento - vitorioso! - do dissídio de greve das professoras e professores no ano passado. Outras três rodadas ocorrem até o final de março.
A comissão de negociação coordenada pela Fepesp deixou claro, neste primeiro encontro com o patronal, na tarde desta quinta-feira, 09/03, que professoras e professores no Ensino Superior não desistiram dos direitos determinados em 2022 pelo julgamento do dissídio de greve pelo Tribunal Regional do Trabalho - e que pretendemos assegurar tanto a reposição de perdas causadas pela inflação já a partir de 1º de março (data base da categoria), como discutir novas cláusulas relacionadas com as condições de trabalho afetadas pela aplicação de disciplinas à distância.
Como se sabe, as professoras e professores do ensino superior decidiram por organizar uma greve da categoria, em 2022, diante da negação das mantenedoras em negociar com seriedade as relações de trabalho nas instituições de ensino superior privadas ou reconhecer a erosão dos salários pelo aumento da inflação.
No dissídio de greve então instaurado pelos sindicatos, o TRT reconheceu como justas nossas reivindicações e, em julgamento, determinou a extensão dos direitos sociais da convenção coletiva de trabalho por quatro anos. O Tribunal também sentenciou a aplicação de reajuste salarial pela inflação, de 10,78%, retroativo à nossa data-base.
O patronal recusou obediência à justiça do Trabalho e foi reclamar no STF - que em decisão liminar suspendeu (mas não anulou!) a sentença do TRT enquanto não emite um parecer definitivo.
Um dos pontos mais importantes nesta campanha do Ensino Superior é a defesa e reafirmação dos direitos relacionados na convenção coletiva de trabalho, todos consagrados pela sentença normativa do TRT de novembro passado (veja o resumo do julgamento aqui: https://bit.ly/3fdY7R1). São direitos e condições de trabalho construídas por anos de negociação e defendidas com nossa mobilização - e mesmo greve! - em muitas campanhas salariais.
Ficaram agendadas outras três rodadas de negociação, nos dias 16, 23 e 31 de março. A diretoria do SinproSPcontinua visitando as instituições de ensino, dialogando com as professoras e professores e aumentando a pressão e o barulho. E importante que, nessa construção coletiva, você converse com suas e seus colegas, levando essa pauta para as salas de professoras e professores, compartilhando as notícias e os avisos do sindicato e ficando sempre atenta e atento às notícias desta campanha salarial de 2023!
Fonte: Fepesp