Voz do professor

Oficina orienta professoras e professores sobre riscos e cuidados com a voz

Atualizada em 13/02/2023 12:04

Organizada pelo SinproSP e ministrada pela doutora Fabiana Zambon (Coordenadora do Programa de Saúde Vocal do Sindicato), a "Oficina da Voz" reuniu no último sábado, 11 de fevereiro, numa sala de Zoom, professoras e professores, sindicalizados ou não, para conversar sobre as principais causas e sintomas dos problemas de saúde da voz para quem está nas salas de aula. Fabiana fez questão de destacar que os cuidados, fundamentais, precisam também se pautar pela garantia de condições de trabalho adequadas e dignas. "Está além de falar alto. Há questões que estão relacionadas ao ambiente", explicou, citando casos onde a falta de isolamento acústico das paredes ou a proximidade com quadras esportivas força as e os docentes a aumentar seu tom de voz. "Consigo contar nos dedos as escolas com um ambiente acústico favorável às professoras e professores". Outros riscos citados foram o número excessivo de alunos, a rotina exaustiva e a falta de treinamento. Ela reforçou que a voz é um instrumento essencial para o trabalho das e dos docentes, que precisam transparecer autoridade, confiança e controle - e lembrou ainda que, não raro, cuidados preventivos são deixados de lado.

Em sua apresentação, Fabiana destacou algumas dicas práticas a respeito desses tão necessários cuidados:

1. Articule a voz: professoras e professores devem desenvolver consciência sobre como falam. Movimentar a boca de forma correta e usar tons de vozes adequados a cada situação são primordiais. A fonoaudióloga ainda disse que "variar a voz ajuda a manter a atenção do outro, e a descansar a voz".

2. Faça avaliação profissional: as e os docentesdevem ter o acompanhamento de fonoaudiólogos, otorrinolaringologistas e até dentistas para manter a saúde e o equilíbrio da ressonância vocal. Isto porque rinite, sinusite, refluxo, bruxismo e outros problemas podem atrapalhar o funcionamento das cordas vocais.

3. Hidrate a voz: beber água e, com menos frequência, a nebulização com soro fisiológico são ações interessantes para manter as cordas vocais hidratadas. Fabiana reforçou que "a hidratação tem que ser constante. Cuidado para não ficar o final de semana todo sem beber água e só começar a se hidratar na segunda, antes da aula".

4. Evite bebidas prejudiciais: café, bebidas gasosas e álcool podem atrapalhar o seu desempenho vocal e ainda causar doenças no médio e longo prazo. Além disso, alimentos e refeições pesados, como a feijoada, não são indicados antes de períodos de muito uso da voz.

5. Faça repouso vocal: evite falar alto fora do horário de aula - prática que, de acordo com Fabiana e relatos de professoras participantes da oficina, é um vício bastante comum. O cuidado não precisa ser necessariamente o de ficar em silêncio absoluto, mas de tornar a voz mais suave e fluida, num volume confortável.

6. Mantenha uma boa postura: relaxar os ombros e as outras regiões da parte superior do corpo, manter a coluna reta e se movimentar de modo natural, olhando para os alunos e caminhando pela sala são algumas dicas para também tornar mais amigável e saudável o uso da voz.

Dormir bem, não fumar e aquecer a voz antes das aulas são outros conselhos da fonoaudióloga. Ela ainda demonstrou exercícios de relaxamento e respiração, além de técnicas específicas para preparação da voz. Por fim, a profissional lembrou que não vale se basear apenas em tutoriais da internet. Pelo menos na primeira vez, o ideal é ter o auxílio de um profissional que corrija más execuções, como forçar muito a voz.

Tem dúvidas ou quer agendar uma avaliação? Entre em contato com o SinproSP pelo e-mail voz@sinprosp.org.br ou pelo whatsapp 11 5080-5973. É importante também que você nos conte sobre as condições de trabalho em sua escola ou instituição de ensino.

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