Educação

Ambiente belicoso da ultradireita impõe novos desafios para os professores

Atualizada em 04/11/2022 08:34

Nessa última semana, as redes sociais e a imprensa têm divulgado manifestações antidemocráticas ocorridas nas escolas, atos de racismo e agressões verbais praticados por alunos  e, como não podia faltar, os indefectíveis grupos de whatsapp, considerados por muitos como um território livre para ameaçar, xingar, ofender. Numa reação em cadeia, esses grupos dão pilha aos alunos (e aos adultos também) e favorecem um ambiente cada vez mais hostil e belicoso.

A escola não é uma bolha e é natural que esse ambiente contaminado na sociedade repercuta no ambiente escolar. Contudo, a escola não é um espaço qualquer. É um lugar de aprendizagem que vai muito além do currículo. Um local que deveria possibilitar a convivência, o respeito à diversidade, o pluralismo de ideias e o exercício político. Objetivamente: a escola deve fomentar -  e também exigir - condutas civilizatórias.

Diante do que se assistiu essa semana no país, escolas e professores têm um novo desafio pela frente: impedir a escalada desse ambiente belicoso da ultradireita, engajando-se firmemente contra toda conduta que venha a estimular violência, racismo, preconceito e afronta ao Estado Democrático de Direito.

Isso exige um trabalho educativo e um projeto pedagógico de longo prazo, com professores, coordenadores e direção comprometidos com valores humanistas e democráticos. Mas envolve, também, a tomada de decisões rápidas para evitar que a escola seja  um espaço de reprodução das cenas sofríveis que temos assistido pela imprensa e nas redes sociais.

Não se pode mais relativizar atos e palavras que alimentam a violência e o preconceito na escola, classificando-os como brincadeiras inconsequentes de adolescentes. Esse é um alerta para todas as escolas, especialmente as particulares que, muitas vezes, minimizam conflitos e preferem varrer os problemas para baixo do tapete para não perder alunos.

 

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