Sindicatos e Fepesp tentam romper impasse nas negociações no ensino superior
Enquanto os patrões insistem em reajuste muito abaixo da inflação, a comissão dos sindicatos que integram a Fepesp colocou na mesa de negociações duas outras reivindicações importantes: Convenção Coletiva por dois anos e medidas de proteção do trabalho docente contra a precarização. As entidades dos trabalhadores querem romper o impasse e buscar alternativas, sem se sujeitar à pressão dos representantes patronais.
A pauta de reivindicações prevê propostas para regulamentar as mudanças no ensino superior, decorrentes do uso de novas tecnologias e da constante flexibilização na legislação educacional, que favorecem exclusivamente as mantenedoras. A combinação desses dois fatores resultou numa brutal intensificação do trabalho docente, com substituição de aulas presenciais por remotas, demissões, ensalamentos, mudanças curriculares que reduziram a carga horária em detrimento da qualidade de ensino e das condições de trabalho e de vida.
A duração da Convenção Coletiva por dois anos, pelo menos, também é uma questão importante. Além de garantir a regulação das relações de trabalho e direitos num momento em que o país vive uma fase conturbada, a duração estendida da Convenção permitiria pensar em mais alternativas para a solução do impasse.
Quanto aos salários, os patrões permanecem irredutíveis no reajuste de 4% em março, acrescido de 2% em 2023, com abono de 30% até 15 de outubro de 2022. Essa proposta foi recusada por todas as assembleias de professores, no dia 13 de maio.