Campanha salarial ensino superior

Patrões insistem em reajuste muito abaixo da inflação e recusam mediação

Atualizada em 18/05/2022 15:51

Nova rodada de negociação e mais uma demonstração de intransigência das mantenedoras do ensino superior. Em reunião realizada hoje, 18/05, a comissão patronal negou, mais uma vez, um reajuste minimamente decente, capaz de, pelo menos, repor a inflação. Também não aceitou a mediação do Tribunal do Trabalho, proposta pela Fepesp e sindicatos para resolver o impasse..

Reajuste abaixo da inflação e parcelado

A despeito da aceleração do custo de vida e das mais de vinte assembleias (13/05) que recusaram a contraproposta patronal, os representantes dos mantenedores insistiram no reajuste de 4%, retrativo a março/22, e 2%, em janeiro do próximo ano. 

Para repor a inflação acumulada entre mar/2021 e fev/2022, o reajuste mínimo necessário em março deveria ser de 10,57%. Esse valor considera a média entre dois indicadores: INPC-Ibge e IPC-Fipe, critério historicamente utilizado nas negociações salariais dos professores.

É bom lembrar também que de março para cá a inflação mantenve a aceleração, agravando a corrosão salarial dos professores e trabalhadores não docentes.

O presidente da Fepesp, Celso Napolitano, que coordena a campanha salarial unificada no estado, acusou a comissão patronal de não querer negociar de verdade. “Não dá para suportar uma defasagem nos salários no nível em que está ocorrendo”, disse Napolitano. “Isso não é uma negociação de verdade”.

Mediação rejeitada pelos patrões

Diante do impasse criado, a Fepesp e os sindicatos propuseram solicitar a mediação do vice-presidente do Tribunal Regional do Trabalho. Não se trata de uma ação de dissídio coletivo, mas uma tentativa de se chegar a uma proposta conciliatória, mediada pelo magistrado., sem que as partes sejam obrigadas a aceitá-la. Nem isso a comissão patronal aceitou, o que comprova a pouca disposição para a solução do conflito.

Para Napolitano, a saída é a mobilização. “Temos que nos organizar, demonstrar o descontentamento com a atuação das mantenedoras na negociação e vencer o impasse com o poder e a disposição de luta das categorias”, concluiu.

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