Mantenedores querem cortar direitos e não discutem reajuste salarial
Em nova rodada realizada nesta quarta-feira (23), a comissão sindical encarregada das negociações salariais rejeitou a contraproposta apresentada pelos patrões, que previa mudanças drásticas na convenção coletiva, com redução expressiva de direitos.
Na prática, os patrões querem reduzir os cursos do trabalho docente e da demissão de professores. Além disso, querem discutir o reajuste salarial apenas depois de concluídas as negociações das cláusulas sociais. A contraproposta foi considerada inaceitável.
“Apresentamos nossa proposta de forma transparente. Queremos reposição inflacionária, recomposição e aumento real. Exigimos que os patrões apresentem sua contraproposta e comecem a negociar pela questão salarial”, afirmou Celso Napolitano, presidente da Fepesp, que coordena a campanha salarial no estado.
Além de propor cortes nos direitos sociais, os mantenedores rejeitaram todas as novas cláusulas que os sindicatos pretendiam incorporar à Convenção Coletiva, especialmente as que visam proteger o trabalho docente diante das mudanças que estão sendo implantadas nas instituições. Uma dessas cláusulas proíbe a prática de ensalamento e determina que o professor seja remunerado pelas aulas assíncronas.
O que querem os patrões
Fim da garantia semestral de salários – a IES poderia demitir, no primeiro semestre, até 30/03 e, no segundo semestre, até 15 de outubro
Redução do recesso – o período anual seria reduzido de 30 para 15 dias
Fim das férias coletivas – a IES teria liberdade de mudar o período de férias de um professor e chamá-lo para trabalhar em julho
Redução do aviso prévio proporcional ao tempo de serviço – a indenização não poderá ser superior a 60 dias de salário
Fim da integralidade nas bolsas de estudo – os professores passariam a pagar 50% do valor da mensalidade. Esse "desconto", contudi, não valeria para os cursos de medicina, odonto, enfermagem, psicologia e direito, que devem ser pagos integralmente.