Governo atende a mantenedores e libera aulas presenciais no ensino superior
O governador Doria e o secretário de Educação, Rossieli Soares anunciaram a volta das aulas presenciais no ensino superior privado e público a partir de 2 de agosto. A decisão foi anunciada na coletiva de imprensa de hoje, 07 de julho. Nesse mesmo dia, o governo estadual confirmou a circulação da variante Delta (indiana) no estado de São Paulo entre pessoas que não viajaram nem tiveram contato com pessoas do exterior.
Nas aulas teóricas, foi fixado o limite de 60% de “ocupação” , mesmo teto que será aplicado ao setor de serviços. As aulas práticas - laboratórios, oficinas e estágio por exemplo -, poderão ter 100% de alunos. Também não haverá limite em todas as aulas (teóricas e práticas) dos cursos de medicina, farmácia, enfermagem, fisioterapia, odontologia, fonoaudiologia, terapia ocupacional, nutrição, psicologia, obstetrícia, gerontologia, biomedicina, saúde coletiva, saúde pública e medicina veterinária.
Atualmente, o ensino presencial está autorizado a funcionar com 35% dos alunos e apenas na área de saúde e em aulas práticas dos demais cursos. Professores reclamavam que o limite de 35% era muito elevado em laboratórios, que geralmente precisavam permanecer com janelas fechadas.
Mantenedoras comemoram
O Semesp, sindicato patronal do ensino superior privado, tratou o retorno das aulas presenciais como uma conquista da entidade. Antes da coletiva, o sindicato reuniu-se com o secretário da Educação e, logo após, divulgou uma nota falando da negociação com o governo: “A entidade trabalhou com muito afinco na articulação entre o setor da educação superior privada e os administradores públicos responsáveis pela matéria para garantir a volta das atividades práticas educacionais para todos os cursos, além dos de Saúde”.
Um sinal de que o lobby foi bem sucedido está no fato de que a abertura foi decidida sem nenhum regra de controle nas instituições de ensino, a não ser o discutível limite de 60% nas aulas teóricas.
Vacina?Que vacina?
Perguntado pela repórter Daniela Gemignani, da Globonews, sobre a vacinação dos professores do ensino superior, o secretário de Educação, Rossieli Soares, respondeu que o retorno às aulas presenciais nunca esteve atrelado à imunização dos professores. Ele alegou ainda que boa parte já foi vacinada pelo critério de idade.
Ensino técnico e cursos tecnológicos
O goveno estadual também autorizou o funcionamento dos cursos técnicos. Aqueles de nivel médio, seguirão as regras da educação básica e os tecnológicos, em geral, faculdades, terão as mesmas normas definidas ao ensino superior.
Desregulamentação
O SinproSP continua insistindo na necessidade de disciplinar o retorno às aulas presenciais em todos os níveis de ensino. Isso significa que a liberação das aulas presenciais deve estar condicionada à queda acentuada das taxas de contágio e de medidas como obrigatoriedade de testagem e normas rigorosas de rastreamento, bem como de proteção em caso de contágio no ambiente escolar.
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