Covas não ouve professores do ensino privado
Uma semana já se passou – e, até agora, o prefeito da capital, Bruno Covas, e os secretários municipais de Educação e Saúde (Bruno Caetano e Edson Aparecido, respectivamente), não deram qualquer satisfação ou resposta ao ofício enviado pelo SinproSP, que cobrava, com urgência, audiências para tratar da retomada das aulas presenciais e, principalmente, da autorização para as chamadas atividades extracurriculares na cidade de São Paulo. Esse silêncio, inaceitável e nada democrático, é bastante representativo da postura adotada pelo prefeito nas últimas semanas: enquanto cede às pressões dos donos de escolas e se apressa a viabilizar alternativas para atender às demandas dos empresários do ensino, Covas se recusa a ouvir as professoras e os professores das escolas particulares paulistanas.
No ofício, enviado ao prefeito e aos secretários no dia 07 de outubro, o SinproSP faz um alerta: a instrução normativa 33, que define a permissão para as atividades extracurriculares nas diferentes redes de ensino da capital, garantiu ampla liberdade de ação para as escolas particulares, que podem definir, sem qualquer fiscalização ou controle e de acordo com seus interesses, como querem funcionar nesse mês de outubro. Resultado: para muito além de rodas de conversa e práticas esportivas e de recreação, muitas instituições estão se aproveitando dessa permissividade para fazer do proibido o “novo normal”, oferecendo “aulas de reforço”, diferentes disciplinas, que de fato correspondem ao conteúdo curricular que deveria, em tese, continuar sendo ministrado apenas e tão somente de forma remota. São mil e uma as artimanhas e invencionices até aqui já viabilizadas pelos empresários da educação para burlar as regras e retomar, na marra, o que continua não sendo permitido na cidade.
“Para as professoras e os professores, essa desregulamentação está trazendo consequências danosas nas condições de trabalho e expondo os docentes a um risco muito maior, na medida em que eles são obrigados a permanecerem por mais tempo na escola e em contato com um elevado número de alunos”, diz o ofício encaminhado pelo SinproSP. O documento continua: “Desde o início da pandemia, o SinproSP sempre defendeu um amplo diálogo para o estabelecimento de normas e alternativas negociadas que pudessem responder à situação excepcional criada pela pandemia. Por isso, o Sindicato considera inaceitável que as professoras e os professores da rede privada não sejam ouvidos”.
Amanhã, quinta-feira, 15 de outubro, comemora-se o Dia da Professora e do Professor. O SinproSP espera que Bruno Covas aproveite essa data, tão importante e significativa, para finalmente responder ao ofício do SinproSP, dar conta da demanda da categoria e ouvir os docentes da rede particular da capital. É tão necessário quanto urgente!