Campanha Salarial do ensino superior: sindicatos recusam proposta patronal
Reajuste zero e suspensão de parte da Convenção Coletiva durante a pandemia. Este é o resumo da contraproposta dos mantenedores do ensino superior para assinatura de nova Convenção. Discutida na rodada de negociação de 04, a pretensão patronal acabou recusada pelas três federações que representam sindicatos de todo o estado.
A contraproposta foi enviada no final de semana passada. Os mantenedores alegam inadimplência e evasão para não reajustar os salários em 2020. Também aceitam renovar a Convenção Coletiva, desde que algumas cláusulas permaneçam suspensas durante o estado de calamidade pública. Entre elas, garantia semestral de salários, férias coletivas e redução de carga horária.
Na semana anterior, a comissão da Fepesp propôs, com o apoio das outras Federações, renovar a Convenção Coletiva integralmente, com possibilidade de discutir algumas alterações pontuais e temporárias. O objetivo também era regulamentar as medidas provisórias 927 e 936 para evitar que os trabalhadores ficassem sujeitos a acordos individuais leoninos. Editadas em abril, as MPs flexibilizam a legislação trabalhista numa série de pontos: antecipação de férias e feriados, teletrabalho, banco de horas, redução de salário, suspensão do contato de trabalho.
Quanto aos salários, os representantes dos trabalhadores também não aceitam assinar a Convenção sem reajuste em 2020, mas se dispõem a adiar a discussão salarial para depois do período crítico da pandemia. As negociações sobre o índice começariam no décimo dia útil após o retorno às aulas presenciais.
Os representantes das mantenedoras de instituições de educação superior privada de São Paulo comprometeram-se a apresentar uma resposta até o dia 08 de maio.