Ensino superior

Truculência do ensino superior chega à mesa de negociações

Atualizada em 28/02/2020 16:00

- Belas Artes atrasa o pagamento de férias, décimo terceiro salário e recesso.

- Uniesp/Universidade Brasil, conhecida por frequentar as páginas do noticiário policial por venda de vagas no curso de Medicina e irregularidades no Fies, demite professores e ignora solenemente direitos trabalhistas e verbas rescisórias garantidas pela lei.

- Centro Universitário Sumaré reduz carga horária ilegalmente e altera período de férias e recesso dos professores sem o devido registro no Sindicato, além de introduzir os 40% do EAD sem comunicar alunos e professores e também adotar a remuneração por número de alunos.

- UniSant’Anna atrasa sistematicamente o pagamento de salários e o depósito de FGTS.

- Faculdades Oswaldo Cruz não paga o décimo terceiro salário.

- UniNove arbitrariamente corta aulas dos professores e assedia os docentes para que assinem carta de redução.

- Grupo Laureate (FMU, FIAM e Anhembi Morumbi) repete a prática e faz demissões em massa, apenas para reduzir custos ao final de mais um semestre letivo.

 

Essas foram algumas (e a lista completa seria bem maior...) das notícias sobre o ensino superior em São Paulo que você leu nas publicações do SinproSP nos últimos meses. Nas diferentes instituições e conglomerados, o que se observa é um projeto em comum: ataques combinados e perversos aos direitos das professoras e professores e precarização dramática das condições de trabalho. Para os empresários que atuam no setor, pouco interessa a qualidade de ensino que oferecem – as preocupações deles estão apenas concentradas nas planilhas de custos e na maximização dos lucros. O Sindicato tem respeitado as singularidades de cada uma das situações e atuado de forma firme e ágil, combinando estratégias políticas e jurídicas, para fazer valer os direitos da categoria, sempre em sintonia com as decisões tomadas nas assembleias docentes realizadas.

Pois esse comportamento truculento, antigo traço de personalidade de cada uma das instituições, repete-se agora de forma articulada, numa orquestra que toca em sintonia, na mesa de negociações que trata da Convenção Coletiva de Trabalho. Com empáfia e sem disposição para o diálogo, tudo o que os empresários do ensino superior fizeram até aqui, nas conversas que começaram no início de fevereiro, foi tentar impor uma pauta-tesoura que ataca duramente direitos como as bolsas de estudos e o plano de saúde; além disso, querem aproveitar a reforma trabalhista de 2017 para legalizar contratações precárias e enfraquecer a atuação sindical (a depender deles, homologações não seriam mais feitas nos sindicatos).

E se a atuação dos empresários da educação nessa Campanha Salarial se dá em bloco, de forma unitária, a organização e a resistência das professoras e professores a esses ataques também precisam se manifestar coletivamente. É hora de combinar as diferentes e ricas experiências de lutas conhecidas em cada uma das instituições num amplo movimento em defesa dos direitos que fazem parte da pauta de reivindicações da categoria – sejam aqueles já presentes há muitos anos nas nossas convenções, sejam as cláusulas que precisam ser contempladas para que se possa dar conta das novas realidades vividas nas universidades. É a unidade da categoria que será capaz de fortalecer e sustentar as posições do SinproSP, aprovadas em assembleia, na mesa de negociações.

Acompanhe as notícias e o andamento da Campanha e das negociações. Cadastre-se no whatsapp do SinproSP (11 95278-1230). Reúna-se com os colegas e ajude a levar essas discussões para a universidade em que trabalha. Participe das conversas e assembleias convocadas pelo SinproSP. Se você tiver denúncias de irregularidades cometidas por qualquer instituição, entre imediatamente em contato com o Sindicato pelo e-mai superior@sinprosp.org.br. Há também os e-mails específicos: laureate@sinprosp.org.br, belasartes@sinprosp.org.br, uninove@sinprosp.org.br, estacio@sinprosp.org.br, fam@sinprosp.org.br, kroton@sinprosp.org.br, mack@sinprosp.org.brprofessoresfmu@sinprosp.org.br, saojudas@sinprosp.org.br, sumare@sinprosp.org.br, superior@sinprosp.org.br, uniespdenuncia@sinprosp.org.br, unisantanna@sinprosp.org.br. O sigilo de fonte é garantido. Os burburinhos e as inquietações que aparecem nas rodas de salas dos professores precisam reverberar em alto e bom som na mesa de negociações com os empresários do setor. Eles entendem bem – e rapidamente – os significados desse nosso bom barulho.       

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