SinproSP

De olho em 2022, Dória e Bolsonaro atacam abordagem de gênero nas escolas

Atualizada em 04/09/2019 15:56

Nota importante:

Este artigo foi redigido antes que Marcelo Crivella tentasse recolher livros na Bienal Internacional. O desvario do prefeito carioca reduziu a visibilidade do ato de Dória, o que não o torna menos importante. O que ocorreu em SP foi um ato violento e ilegal de censura, que nada tem a ver com interesses pedagógicos.

Precisamos dar um basta aos ataques de políticos oportunistas e grupos ultraconservadores contra a Educação, as escolas e os professores.


A disputa pela parcela mais conservadora e religiosa do eleitorado levou Dória e Bolsonaro a afrontar, mais uma vez, a Educação e os recursos públicos.

Na terça-feira, dia 03, Dória mandou recolher de todas as escolas uma apostila de Ciências para alunos do 8º ano, sob a acusação de fazer apologia à ideologia de gênero.

Dória admitiu que não tinha visto a apostila e que ouvira falar da existência do material pela imprensa. Sua decisão custou caro aos cofres públicos e principalmente aos alunos, que ficaram sem conteúdo de outras oito disciplinas que faziam parte da apostila.

Coincidentemente, no mesmo dia, Bolsonaro anunciou nas redes sociais ter determinado ao MEC um projeto de lei para proibir a “ideologia de gênero” nas escolas.

Dória e Bolsonaro enxergam coisas que não existem, a não ser na cabeça de um grupo muito particular de pessoas. Eles confundem identidade de gênero – um conceito com base científica – com “ideologia de gênero”, paranoia alimentada por setores ultraconservadores sem nenhum reconhecimento da Ciência.

A pertinência de um ou outro conteúdo curricular deve estar sempre em discussão e sujeito à mudança, mas isso tem que ser feito por profissionais e com critérios objetivos do projeto pedagógico. Não foi o caso de Dória, nem de Bolsonaro.

Ao censurar apostilas ou inventar lei que proíbe conteúdo de forma subjetiva e genérica, esses senhores revelam desprezo pela Educação escolar e torna os professores alvos fáceis de acusação. São decisões inaceitáveis e que precisam ser coibidas de imediato.



Leia também:

Justiça manda Dória devolver apostilas confiscadas (11/09/2019)

De olho em 2022, Dória e Bolsonaro atacam abordagem de gênero nas escolas (04/09/2019)

.