CASA CHEIA
INDIGNAÇÃO E DISPOSIÇÃO DE LUTA DOS PROFESSORES MARCAM PARALISAÇÃO DAS ESCOLAS PARTICULARES
Perante uma assembléia como há muito tempo não se via, o Sindicato dos Professores de São Paulo exortou os donos das escolas particulares a cumprirem a lei e a encarar com seriedade a campanha salarial de 2004.
“As escolas têm uma dupla personalidade: querem demonstrar seriedade quando vendem, por preços exorbitantes, seus serviços às famílias; mas revelam sua verdadeira face no tratamento que dão aos professores, com o pagamento de baixos salários e o desrespeito à legislação trabalhista, mesmo quando se trata de uma sentença como a que garantiu à nossa categoria da educação básica o reajuste de 16,42% em 2003”, disse o presidente do SINPRO-SP.
Além da indignação e da revolta que as desculpas patronais têm provocado entre os professores, a assembléia também serviu para uma advertência aos donos de escola representadas pelo SIEEESP: ou negociam seriamente um acordo salarial de 2004 ou haverá um novo dissídio. Embora tenham deixado claro as dificuldades que isso representa, as manifestações ocorridas na sede do sindicato indicam que a categoria está disposta a lutar o quanto for preciso – e de todas as formas – para não perder a base do poder de compra dos salários.
“São as escolas que devem se preocupar com o fosso que estão cavando com seus professores. O ambiente hoje é o pior possível e ninguém mais está levando a sério os pretextos usados pelos patrões: são estes, portanto, que devem zelar pela pouca credibilidade que ainda têm, junto aos educadores e junto à sociedade, além das dívidas trabalhistas que estão acumulando. Depois não vão poder dizer que estão em crise porque eles é que estão provocando as dificuldades que estão enfrentando”, disse uma professora.
Durante a assembléia, que foi precedida de uma reunião exclusiva dos professores do Mackenzie (que têm uma convenção específica), a diretoria do SINPRO-SP também fez um resumo das negociações que estão ocorrendo com o sindicato do ensino superior (SEMESP). Neste caso, como o acordo assinado em 2003 têm validade por dois anos, a pendência é o estabelecimento do índice de reajuste dos salários.
Já no caso do sistema “S” (Sesi e Senai), os professores aprovaram a proposta patronal de manutenção das cláusulas sociais da convenção de 2002 e um reajuste igual ao índice do INPC mais um aumento real de 1%.