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Audiência pública discutirá ensino a distância e precarização no trabalho

Atualizada em 01/02/2019 14:30

No último dia de 2018, o governo Temer publicou uma portaria ampliando para 40% o percentual de EaD nas graduações presenciais (o limite era de 20%).

Duas semanas antes, o mesmo governo homologou as bases curriculares do ensino médio, que autoriza o Ead em 20% do curso e 30%, se for Educação de Jovens e Adultos (EJA).

Na enxuta plataforma eleitoral de Bolsonaro, o então candidato defendeu o ensino a distância inclusive na educação fundamental!!

São dois exemplos que mostram o avanço do EaD na Educação nacional. O problema é que este avanço não tem a ver com qualidade de ensino, nem com inovação tecnológica. Em boa parte, trata-se de estratégias para reduzir custos, especialmente na contratação de professores, resolver carências como falta de docentes em algumas áreas específicas e, principalmente, abrir as portas para a terceirização tanto na rede pública como na privada.

No final do ano, a Laureate demitiu 75 professores do EaD, alegando uma reestruturação interna que certamente tem a ver com aumento na lucratividade. Muitos destes professores gravaram aulas e assinaram contratos draconianos antes de serem demitidos. Tudo isso revela a instabilidade e a precarização dos professores num modelo de educação muito flexibilizado.

Por conta das demissões da Laureate, o deputado Carlos Gianazzi (Psol) propôs realizar uma audiência pública sobre o ensino a distância. O evento, contudo, ganhou amplitude diante das mudanças recentes e o evento vai tratar também da expansão do EaD e da precarização no trabalho.

A audiência será realizada na Assembleia Legislativa de São Paulo, Plenário José Bonifácio, dia 11/02, às 19h.

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