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Audiência pública lota e reforça luta contra o Escola Sem Partido

Atualizada em 14/11/2018 14:49
Deputado Carlos Giannazi (esquerda) e o diretor do SinproSP, Celso Napolitano (direita)

Uma minoria truculenta que defende o projeto até tentou tumultuar e inviabilizar a reunião, usando da carcomida manobra das provocações e dos empurrões. Não deu certo. A audiência pública contra o ‘Escola Sem Partido’, convocada pelo deputado estadual Carlos Giannazi (PSOL), reuniu, num lotado auditório Franco Montoro, na Assembleia Legislativa de São Paulo, centenas de professores e professoras, representantes de sindicatos, movimentos sociais e populares, estudantes e entidades ligadas ao Poder Judiciário. As falas das diversas lideranças que participaram das diferentes mesas que foram formadas reforçaram os absurdos e as inconstitucionalidades da lei da mordaça, destacaram a importância de combinar estratégias políticas e jurídicas de resistência e a necessidade de se construir uma ampla frente em defesa da escola crítica e cidadã.

“Tivemos aqui, hoje, uma experiência didática. O Escola Sem Partido representa o desafio de enfrentar a truculência e a ignorância com a inteligência e a firmeza. Esse projeto sugere a criação de uma “fakeescola”, como eles são “fakefacistas”. O objetivo é cercear professor e intoxicar a sala de aula. E é importante não esquecer: em sala, quem manda é o professor”, afirmou o professor Plínio de Arruda Sampaio Jr., do Instituto de Economia da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp).

Profa. Lisete Arelaro (esquerda) e o Prof. Plínio de Arruda Sampaio Sampaio Jr. (direita)

Em sua fala, Giannazi fez questão de lembrar que até mesmo a revista Veja, uma ‘publicação reacionária’, critica fortemente o projeto, na matéria de capa publicada na edição da semana passada. “Estamos recebendo muitas denúncias de professores que estão sendo ameaçados nas escolas. Não vamos tolerar perseguições”, reforçou, anunciando que está sendo costurada uma rede plural de defesa intransigente das liberdades docentes.

A professora Lisete Arelaro, da Faculdade de Educação da Universidade de São Paulo (USP), também ressaltou que “temos sentido, nas escolas públicas e privadas, a presença da censura. Quem viveu a ditadura empresarial militar sabe que o medo dos professores e das professoras leva a um processo de auto-censura que é altamente pernicioso. É isso que devemos combater, para garantir a existência de uma escola crítica e onde se possa debater qualquer tema”.

Celso Napolitano, diretor do SinproSP e presidente da Federação dos Professores do Estado de ao Paulo (Fepesp), resgatou os princípios civilizatórios e democráticos consagrados pela Declaração Universal dos Direitos Humanos, que completa 70 anos em dezembro próximo, e da Constituição Federal, que acaba de comemorar trinta anos, para defender a liberdade de dar aula e dizer que “precisamos agora consolidar o movimento para rejeitar a mordaça e trazer para o nosso lado os 61% da população que não votou em Jair Bolsonaro. Os bolsonaristas não passarão!”.

#SEM MEDO

Vale o reforço: em caso de ameaça, assédio ou constrangimento, não hesite. Entre em contato imediatamente com o Sindicato pelo e-mail semmedo@sinprosp.org.br ou pelo telefone 5080-5988.

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