Inflação na data base dos professores atinge 10,57%
Desde o último reajuste salarial dos professores, em março de 2015, o custo de vida subiu, 10,57%.
O valor refere-se ao acumulado entre março/2015 e fevereiro/2016, calculado pela média de três importantes indicadores de inflação: o ICV-Dieese, o INPC-Ibge e o IPC-Fipe. Destes, apenas o primeiro tem abrangência nacional. Os dois últimos medem o custo de vida no município de São Paulo.
Desde os anos 90, a média dos três indicadores têm sido usada nas negociações salariais como parâmetro para discussão sobre a reposição inflacionária, tanto no ensino superior como na educação básica.
O índice final foi conhecido dia 09/03, com a divulgação do INPC-Ibge (o IPC tinha sido divulgado dia 02 e o ICV, dia 08).os demais foram divulgados dias 02 (IPC) e 08 (ICV)).
O valor – 10,57% - ficou dentro das projeções feitas pelo Sinpro-SP e demais entidades, durante o planejamento da Campanha Salarial.
Com base nessas projeções, as assembleias dos professores de novembro do ano passado aprovaram reivindicar 15% de reajuste, já calculados a inflação e o aumento real.
Inflação alta
Nesta Campanha Salarial, estamos nos deparando com um cenário que há muito não se via. A última vez enfrentamos uma inflação de dois dígitos foi na data base de 2003, com 16,42%.
Apesar da desaceleração do custo de vida em fevereiro, ele ainda está alto. É difícil projetar o que pode acontecer daqui pra frente, dada a imprevisibilidade da crise política que contamina a economia.
O que se tem claro é que a evidente corrosão salarial e a indefinição em relação ao futuro tornam a necessidade de reajuste ainda mais urgente. Em segundo lugar, pela imprevisibilidade da crise política, que pode ser usada pelos patrões para comprometer as negociações.
O grande desafio da categoria está posto. E não há outra alternativa aos professores que não passe pela compreensão da realidade e participação na Campanha Salarial.