Professores do ensino superior têm assembleia no dia 25/4
No próximo sábado, 25 de abril, os professores do ensino superior reúnem-se no Sindicato para discutir a campanha salarial. Até lá as negociações continuam e o SINPRO-SP espera uma contraproposta que atenda as reivindicações da categoria.
Na reunião com o Semesp realizada no dia 16/4, os representantes patronais voltaram a fazer proposta indecente, que sequer repõe as perdas inflacionárias. Eles subiram o reajuste de 4% para 5% em março, chegando a 7,41% apenas em outubro.
O SINPRO-SP e os demais sindicatos articulados em torno da Fepesp recusaram a proposta e insistiram no argumento de que os professores não podem ser penalizados por uma crise alegada pelas mantenedoras, sob o argumento de que as mudanças no repasse do Fies trouxeram dificuldades financeiras às instituições. Eles só não contam que já ganharam muito dinheiro com políticas de financiamento do ensino superior.
Os SINPROs do estado definiram em reunião no último dia 14 uma contraproposta para continuar as negociações com os patrões: reajuste de 8,41% a partir de março, mais 24% de abono em outubro, ou 9,41% de reajuste a partir março. A próxima reunião com o Semesp está marcada para o dia 23/4.
A assembleia do dia 25/4 acontecerá no auditório do Sindicato (Rua Borges Lagoa, 208), a partir das 9 horas. A falta será abonada.
Veja o edital de convocação que será publicado no jornal Diário de S. Paulo no dia 20/4.
Campanha dos professores na TV Câmara Aberta
Os professores Luís Antonio Barbagli, presidente do Sinpro-SP, e Celso Napolitano, presidente da Fepesp e também tesoureiro do SINPRO-SP, foram os entrevistados do programa Câmara Aberta Sindical no dia 15/4.
Com transmissão ao vivo, eles falaram ao jornalista João Franzin por uma hora e o tema não podia ter sido outro: a campanha salarial no ensino superior privado. Este ano, a categoria está enfrentando um problema adicional: os patrões estão usando as mudanças no Fies como argumento para protelar a negociação.
Para Luís Antonio, a forma como o ensino superior está estruturado e tem se expandido tem servido historicamente para dificultar a negociação de algumas reivindicações históricas. “Até meados dos anos 90, as instituições privadas de ensino superior não tinham, por força de lei, fins lucrativos. Mudanças na legislação permitiram que as IES se transformassem em instituições com fins lucrativos. A partir de 2006, surgiram as chamadas sociedades anônimas, com abertura de ações nas bolsas. Mesmo com essas mudanças, os sindicatos têm problemas na hora de negociar a participação nos lucros”.
Perguntado sobre o Fies, Celso Napolitano explicou como o sistema passou de uma política pública de qualidade para uma fonte de recursos das IES. “O Fies foi um programa de inclusão de novos alunos bem elaborado que deveria se autossustentar, mas os mantenedores viram nela um fundo de receita e passaram a estimular a contratação por alunos que já estudavam na instituição”, afirmou.
A íntegra da entrevista estará disponível no site do SINPRO-SP a partir de 27/4.