Documentos entregues pela escola devem ser guardados
Os professores devem documentar sua rotina profissional, o que significa guardar os holerites, horários de aulas, convocações para reuniões e eventos, entre outros comunicados. Tal procedimento pode fazer toda diferença na hora de comprovar trabalhos realizados, questões contratuais, remuneração e pode ser fundamental na hora da aposentadoria.
Da mesma forma, é importante registrar toda atividade extra, com especial atenção àquelas mediadas por tecnologias digitais e ao trabalho a distância. Tal controle é importante para acompanhar se o pagamento decorrente dessas tarefas está sendo feito corretamente. Quanto mais detalhado for o registro, melhor.
Como determinam as convenções e acordos coletivos, as atividades realizadas fora do horário contratual do professor devem ser pagas como extras. E no que se refere ao trabalho a distância, a legislação em vigor estabelece com clareza a equidade entre o que é realizado no estabelecimento do empregador, ou seja, dentro da escola, e o que é executado em outro ambiente.
Mais trabalho
Ainda que parte das instituições de ensino resista em reconhecer o aumento acréscimo de trabalho ao ofício do professor por conta das ferramentas tecnológicas, trata-se de um fato concreto: acompanhamento de e-mails, chats, fóruns de discussão, só para citar algumas das tarefas, estão cada vez mais presentes na rotina docente.
Pesquisador na área de EaD e autor do livro “Docência Virtual”, o Prof. Daniel Mill afirmou em entrevista publicada na Revista Giz no início do ano, que os docentes estão sim trabalhando mais do que há 10 anos. “Professores levam mais trabalho para casa, o que significa trabalhar mais e despesas com energia elétrica, equipamentos e conexão por conta do trabalhador; necessidade de busca incessante por formação e melhoria das competências profissionais; uso de tempos de reprodução (descanso) para produção (trabalho); confusão dos limites de lugar e horários de trabalho e lazer”, explicou.
A regulamentação do trabalho decorrente das novas ferramentas e plataformas digitais, a “hora tecnológica” como ficou conhecida, é uma bandeira de luta dos professores e uma realidade que os empresários da educação precisam enfrentar, ainda que a resistência ainda seja grande. O SINPRO-SP continua atuante para que essa reivindicação da categoria seja plenamente contemplada, em respeito à dignidade do trabalho do professor.