A Virada Sustentável no SINPRO-SP
Por Ailton Fernandes*, Evandro César do Santos* e Maria Sofia Aragão**
No último sábado, 8 de junho, ocorreu no SINPRO-SP uma das inúmeras atividades relacionadas à Virada Sustentável 2013. Participamos desse movimento pela segunda vez e alguns pontos levantados no debate chamam a nossa atenção.
O primeiro, e talvez mais significativo, é a urgência desta discussão para a nossa cidade. Como é sabido todos os números que dissecam São Paulo são gigantescos e a necessidade em repensar como aliar crescimento econômico, a preservação dos biomas e o descarte do lixo passa a ser premente para a sociedade.
Esta discussão deve ser permanente, pois permanentes são os problemas gerados pelo crescimento desorganizado da economia. Desta forma o crescimento populacional, a nova classe que esta consumindo cada vez mais e a necessidade de alocar dignamente todas estas pessoas, traz um desafio novo para todos, que é a preservação do meio ambiente aliada a esta nova conjuntura.
Todos estes problemas são visíveis e preocupantes para aqueles que não estão com os olhos fechados para estas questões.
O importante na atividade ocorrida no SINPRO-SP foi a troca de ideias e as ações relatadas entre os seus participantes.
Desta forma, foi extremamente rica a apresentação de professores das mais diversas regiões e escolas da cidade de São Paulo. Estes relataram experiências riquíssimas que fazem com que essas expectativas que aliam preservação e fomento de renda tenham um grande sucesso.
Lembrando que os professores das escolas privadas de São Paulo ministram aulas para uma classe social majoritariamente situada na classe média e na classe média alta, portanto, pessoas com um grande poder de consumo. Com estas atividades talvez possamos criar uma geração de pessoas preocupadas, não apenas com o consumo mas, sobretudo, com o consumo responsável. Apenas por isso, a atividade já terá valido a pena.
Mas é preciso mais: é preciso que essa discussão seja o máximo possível amplificada e repercutida e compartilhadas estas experiências com o maior número possível de professores e alunos. É necessário romper um silêncio criminoso que impede que a sociedade como um todo se debruce sobre esta questão.
Além dos relatos de professores, a atividade contou com o poder público, representado pela Secretaria do Meio Ambiente do Estado de São Paulo, e também de ONGs ligadas a essa discussão.
A Secretaria trouxe inúmeras informações a respeito de suas atividades e, ao contrário do que se pensa, muitas ações foram realizadas nos últimos anos no que tange à fomentação de uma política ambiental que dê conta da preservação ambiental e do crescimento econômico. Neste caso é preciso que a sociedade civil torne-se parceiro do Estado nesta discussão, mesmo porque se isso não ocorrer nada mudará. O Estado aqui não pode ter apenas uma ação coercitiva, mas sim de convencimento e de parceria.
Também participaram ONGs ligadas ao terceiro setor. E aqui surgiu uma tese bastante pertinente aos nossos olhos: não é pecado e nem crime que esta atividade seja realizada por profissionais capacitados, que tenham uma formação compatível com o desafio a ser enfrentado. É uma nova visão do papel da ONG, que por muito tempo foi vista pela sociedade como quase um sacerdócio onde seus agentes deveriam realizar suas ações nos momentos de ócio. A posição que é extraída deste debate é a que as ONGs devem ter papel importante e protagonista neste bom embate. Intermediando com o Estado, interagindo com a população, pensando novas formas de crescimento sustentável, tendo a responsabilidade de agir no sentido de fomentar ações positivas na discussão.
O SINPRO-SP sempre estará sensível às questões de interesse social e sempre será um fomentador destas discussões. Seja porque avaliamos que o Sindicato tem um papel importante nas demandas das mais variadas preocupações sociais, seja porque estamos convencidos que a capacitação dos professores deve ser permanente. Um professor capacitado é um professor mais valorizado. Isso é bom para ele individualmente e é bom para a luta coletiva.
Em breve, as experiências relatadas no evento estarão à disposição dos professores no nosso site e em DVD.
Desta forma, a estrutura do Sindicato sempre estará aberta para se fazer os debates necessários aos professores e às questões sociais que envolvem a todos nós.
*Diretores do SINPRO-SP
**Assessora pedagógica do SINPRO-SP