Educação básica: negociação sobre salários termina em impasse
O clima azedou depois que a Fepesp e os sindicatos apresentaram uma nova proposta de reajuste salarial: 2,65% de aumento real e 5,3% de reposição inflacionária, totalizando quase 8%. O aumento real corresponde a metade da inflação acumulada nos últimos doze meses.
As entidades patronais reagiram e mantiveram a mesma oferta apresentada na rodada anterior (20/3): 0,3% de aumento real mais reposição inflacionária, totalizando 5,6%.
A maior divergência está no aumento real: uma diferença de quase nove vezes separa o que oferecem os patrões do que querem os trabalhadores.
Participação nos Lucros ou Resultados (PLR) não foi discutida, já que os sindicatos patronais tinham oferecido 21% na reunião anterior (20/3).
Na hipótese de a Convenção ser assinada por dois anos, as divergências também continuam. A Fepesp e os sindicatos querem manter a mesma fórmula para 2013 – 1,5 vez a inflação acumulada entre março/2012 e fevereiro/2013. Os patrões oferecem aumento de 1,2% acima da inflação.
Irritação
A conduta das entidades patronais irritou profundamente os sindicatos de professores e auxiliares presentes à negociação.
O presidente da Fepesp, professor Celso Napolitano, classificou a proposta patronal como uma provocação. “Não há justificativa plausível. Dados insuspeitos do sindicato patronal indicam que o número de alunos matriculados aumentou e a inadimplência caiu como nunca”, protestou Napolitano. “Além disso, as mensalidades escolares subiram, em média, 10%, muito acima da inflação”.
Do outro lado, José Antonio Antiório, presidente da Federação dos Estabelecimentos de Ensino no Estado de São Paulo (Feeesp) considerou a proposta dos trabalhadores uma “verdadeira loucura”.
Antiório questionou os dados sobre o reajuste das mensalidades e foi ironizado pelo professor Luiz Antonio Barbagli, presidente do SINPRO-SP: “Para as escolas, os institutos que medem a inflação só são confiáveis quando lhes convêm.”
Fonte: FEPESP