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Que dia é hoje? Pois nem só de datas cabalísticas vive a História

Atualizada em 11/11/2011 15:08

Seja no mundo real, ou no virtual, o assunto mais comentado do momento é o 11/11/11. Há até uma certa razão para toda essa audiência em torno da data, uma vez que ela só vai se repetir daqui a 1000 anos e que nenhum de nós estará vivo para presenciar novamente o fato. Mas você sabia o que estava acontecendo há exatos 56 anos?

Para entender o momento histórico precisamos voltar um pouco mais de um ano. Estamos em 1954, últimos ano da era Vargas, e quando Juscelino Kubistchek foi o vencedor das eleições presidenciais.Vamos avançar para o mês de agosto, mais especificamente no dia 24, em que um tiro mudaria os rumos do país. Morria Getúlio Vargas.

Com a morte do então presidente o seu vice Café Filho, homem extremamente conservador, assume os rumos do país. Porém em 8 de novembro do mesmo ano, após um enfarto, se afasta e dá lugar ao presidente do Câmara dos Deputados. Carlos Luz era afiliado do PSD, partido que mesmo divido por duas opiniões distintas tinha uma maioria que apoiava JK. Naturalmente Luz era totalmente contra a eleição de Juscelino devido ao último ter ideias demasiadamente progressistas.

Um detalhe importante para a compreensão da história acontece uma semana antes. Durante o enterro de um dos membros mais importantes do Clube Militar, o general Canrobert, estavam presentes o general, e também Ministro da Guerra, Henrique Teixeira Lott e o coronel Jurandir Mamede. Ambos tinham recebido a orientação para que evitassem pronunciamentos públicos a fim de não gerar mais polêmicas sobre o momento.

Mesmo assim, Mamende decide fazer um discurso sobre o falecido Canrobert em que aproveita e ataca os candidatos eleitos para governar o país. Lott entende essa atitude como um ato de insubordinação por parte do coronel e decide puni-lo.

Uma vez que Mamende não poderia ser sancionado diretamente pelo Ministério da Guerra, Lott buscou junto ao então presidente uma forma de puni-lo. No dia 10 de novembro, o general marcou uma audiência com o presidente. A reunião nunca aconteceu, pois não interessava a Luz ter nenhum tipo de contato com Lott, e por isso o deixou esperando durante três horas em seu gabinete. A atitude de Luz resultou em um pedido de demissão do general, que foi prontamente atendido.

Com Lott fora de combate, aparentemente a situação para o golpe que impediria Juscelino de tomar posse no dia 01 de janeiro de 1956 estava perfeita. Carlos Luz se sentia confiante de que tudo corria bem...

Tudo corria bem até que nas primeiras horas do dia 11de novembro diversos militares que não aceitavam a demissão do general e se reuniram para pedir que ele não se afastasse pois um golpe estava por vir. Lott por sua vez determina que tropas ocupem o Palácio do Catete.

Pela manhã ao se dar conta da movimentação dos militares, que nessa altura já tomava outros pontos importantes da cidade, Carlos Luz decide fugir para São Paulo e embarca junto a Carlos Lacerda e parte do ministério no Cruzador Tamandaré, o melhor e mais equipado navio de guerra do Brasil na época.

Logo no começo do trajeto, o Cruzador era obrigado a passar pela Baía de Guanabara onde foi atacado com tiros vindos do Exercito Brasileiro. Esse foi o último episódio de tiros de guerra na Baía.

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