Congresso do SINPRO-SP discute os desafios do ensino da Matemática
Mais de 200 professores prestigiaram a conferência de abertura do Congresso de Matemática do SINPRO-SP, na noite da última quinta-feira, 25, que contou com as presenças de Gérard Vergnaud, professor da Universidade Paris VIII, Nilson José Machado, da USP, e de Tânia Maria Mendonça Campos, da Uniban, na coordenação da mesa.
Na sessão de abertura, o presidente do SINPRO-SP, Prof. Luiz Antonio Barbagli, falou da iniciativa em realizar o congresso e do compromisso sistemático do Sindicato no desenvolvimento de atividades que possam ajudar na reflexão das práticas docentes e colaborar com a capacitação dos professores.
O Prof. Vergnaud fez uma rica análise sobre o processo de construção do conhecimento e sobre as diversas situações em que os alunos são confrontados durante a aprendizagem. Ao ser questionado sobre se a escola, tal como estrutura o conhecimento, favorecia o entendimento da Matemática, ponderou: “Sim e não. Os dois ao mesmo tempo”. Ele explica que, ainda que os alunos tenham certa rejeição ao formalismo, não se aprende a Matemática na vida cotidiana; a organização dos conteúdos é necessária para esse processo. “Sem a escola não se pode aprender Matemática”.
Para o Prof. Nilson Machado, entre os grandes desafios para os professores no ensino da Matemática hoje está, em primeiro lugar, o de libertar-se das algemas do utilitarismo, apostando na riqueza das ideias matemáticas na formação pessoal. Outro desafio, segundo Machado, é não fugir das abstrações. “Devemos valorizá-las como condição de possibilidade do conhecimento”. E como terceiro desafio: trabalhar com o objetivo de aproximar a disciplina e a Língua Materna. “Como Língua Materna, Matemática é cultura”.
Nos próximos dias, o SINPRO-SP publicará as entrevistas especiais e toda a cobertura do evento na primeira edição da Revista Giz. Acompanhe aqui no site as informações para acessar a publicação digital.