Sesi Senai insistem em retirar direitos dos professores
Na segunda rodada de negociação, dia 15/02, os representantes do Sesi e do Senai rejeitaram todas as propostas apresentadas pelos professores e insistiram na retirada de direitos, como já haviam feito na reunião anterior (08).
Os patrões ainda avisaram: eles preveem negociações "difíceis" se os sindicatos disserem não a tudo. O alerta, porém, não serviu para intimidar.
Sindicatos dizem não
A Fepesp e os sindicatos insistiram: as propostas patronais são inaceitáveis em todos os aspectos e explicaram por que. Por mais de uma hora, Celso Napolitano, presidente da Fepesp, justificou cada um dos pontos.O primeiro deles - o mais polêmico - foi a redução de salário. Celso falou da origem da hora-atividade e lembrou que, diante das exigências cada vez maiores sobre os professores, o certo seria o Sesi aumentar o adicional e não propor a sua redução.
O recesso também é uma questão inegociável. Na prática, o Sesi e o Senai querem acabar com mais esse direito quando propõem a supressão do parágrafo que proíbe a convocação dos professores durante o recesso.
Da mesma forma, todas as demais propostas que haviam sido apresentadas pelo Sesi foram rejeitadas.
Empresa cidadã é para os outros
O Sesi e o Senai não só insistiram no desmonte dos direitos, como também disseram não a todas as propostas apresentadas pela Fepesp e pelos sindicatos.Quanto ao número de alunos por classe, o Sesi disse adotar limite de 32 , número que considera adequado. Precisamos saber: quantos alunos você tem na sua classe?
Ao recusar a ampliação para seis meses da licença gestante e adotante, a justificativa foi singela: "O Sesi e o Senai não têm nenhuma contrapartida". Em bom português: como eles já são beneficiados pela imunidade tributária, não teriam nenhuma vantagem em ampliar as licenças.
Sobre o vale-refeição, a justificativa é de que a "regra deve ser única para todos os trabalhadores".
Novas propostas
A Fepesp também apresentou novas reivindicações: pagamento do auxílio creche até que a criança complete um ano; inclusão de cláusula com obrigatoriedade de intervalo de descanso para os professores; regulamentação dos procedimentos para opção de jornada; atribuição de aulas para os professores de educação física do 1º ao 5º ano.Apesar das orientações internas do Sesi, alguns professores ainda são obrigados a trabalhar sem direito a intervalo de descanso, especialmente no período integral. Por este motivo, os sindicatos querem incluir a obrigatoriedade do descanso no Acordo Coletivo.
Fonte: FEPESP