Mesquinhez dos mantenedores dificulta negociações no ensino superior
As negociações no ensino superior ainda não foram concluídas. Os mantenedores empacaram numa proposta de reajuste insuficiente para recompor a o poder de compra dos salários.
Pra relembrar: a inflação no período março/2009 a fevereiro/2010 foi de 5,18%, segundo o critério que tem sido adotado nas Convenções dos últimos anos, lógica que deve ser mantida (média dos três principais indicadores: ICV-DIEESE, INPC-IBGE e IPC-FIPE).
O SEMESP propõe 4% a partir de março e 1,18% em fevereiro de 2011. Nas contas dos patrões, isso recomporia a base salarial sobre a qual seria aplicado o reajuste da próxima data base, em março de 2011. Dessa maneira, a perda não seria perenizada.
Não é preciso ser exímio professor de matemática para entender a perda embutida na proposta do SEMESP.
Tomemos por base um salário de R$ 1.000,00 em fevereiro de 2009:
Proposta SEMESP | Recomposição integral da inflação | |
Salários | R$ 12.491,80 (1) | R$ 12.621,60 (2) |
Adicional férias (1/3) | R$ 346,67 | R$ 350,00 |
13º salário | R$ 1.040,00 | R$ 1.051,80 |
FGTS | R$ 1.110,28 | R$ 1.121,92 |
Total | R$ 14.988,74 | R$ 15.145,92 |
(1) de março/10 a janeiro/11, salário mensal de R$ 1.040,00 (4%) e, em fevereiro/11, R$ 1.051,80 (5,18%)
(2) de março/10 a fevereiro/11, salário mensal de R$ 1.051,80 (5,18%)
A proposta do SEMESP recompõe a base salarial para o futuro, mas expurga da massa salarial uma quantia que não pode ser tirada dos professores, afinal representa 15,72% do salário de fevereiro.
A questão agora está em descobrir como essa perda pode ser recuperada e também brigar por um aumento real.
Fonte: FEPESP