Pesquisa do SINPRO-SP mostra como os professores veem a educação no futuro
O SINPRO-SP acaba de lançar a publicação “A Educação nos Próximos 10 Anos – Perspectivas para a Educação Privada no Município de São Paulo”, resultado da pesquisa realizada pelo Sindicato em 2008 com o objetivo de mapear as mudanças na educação brasileira e os desafios do trabalho docente sob o olhar dos professores.
O estudo mostra que, no futuro, a educação deverá estar mais privatizada, com o ensino de qualidade cada vez mais elitizado. Essa foi a principal projeção feita pelos docentes. Eles também apontam o sucateamento da escola pública como uma das razões para o crescimento do setor privado e acreditam que, cada vez mais, será disseminado o conceito da escola como uma empresa prestadora de serviços, com forte apelo mercadológico.
De acordo com a pesquisa do Sindicato, apenas 21% dos professores da educação básica e 11% do ensino superior acreditam que a educação será melhor, mais valorizada daqui uma década. Boa parte não conseguiu identificar um fator determinante para a interpretação de como será a educação no futuro: 33% dos docentes da educação básica e 29% apontaram que “depende de diversos fatores” , como políticas públicas, investimento na educação pública, engajamento da sociedade, dos pais, valorização dos professores, fiscalização dos cursos de formação de professores, entre outros.
Quando a questão se volta para qual o perfil profissional esperado para o futuro, tanto no ensino superior como na educação básica, a maioria dos docentes apontou a necessidade de um professor atualizado, competente, bem formado, informado e culto.
O resultado mostra que a formação – inicial e continuada - é um ponto de grande preocupação para os professores. A questão apareceu nos questionários respondidos pelos professores de maneira recorrente e é apontada como um desafio, considerando o cenário futuro, mais do que a capacitação para o uso das novas tecnologias.
A maioria dos professores (70%) informou ter feito cursos de atualização no último ano. O problema é que nem sempre o estímulo para o aprimoramento vem da instituição de ensino onde trabalha: 25% dos docentes buscaram algum tipo de atualização sem qualquer manifestação ou apoio da instituição de ensino. Os cursos foram realizados predominantemente fora da escola.
“Observamos que os custos da atualização, em boa parte dos casos, são bancados pelos próprios professores. Falta suporte financeiro. Mas não só isso. Eles também não têm disponibilidade, dentro de sua carga contratual, para atualização profissional ou atualização acadêmica”, explica a Profa. Maria Sofia César de Aragão, coordenadora da pesquisa.
O estudo inclui o perfil dos professores que atuam na rede privada na cidade de São Paulo e também um levantamento específico sobre os cursos de formação de professores. Foram feitas entrevistas com coordenadores de cursos – públicos e privados – de pedagogia e licenciaturas em todas as regiões da cidade de São Paulo.
Acesse aqui a íntegra da pesquisa (documento no formato pdf)