Quase 2 mil alunos já saíram da UNIB
A reação dos proprietários da UNIB ao movimento dos professores é a pior possível e até agora esse comportamento só contabiliza derrotas, entre elas a de terem sido apanhados nas falsas promessas de pagamento dos salários atrasados. Diante da greve, que reuniu centenas de docentes nos portões de entrada de suas duas unidades, a UNIB está sendo palco de um drama de opereta: quanto mais seus gestores fingem não ver o fosso em sua volta, mais e mais a crise se agrava.
A maior demonstração desse estado de alienação e letargia é o panfleto que os próprios mantenedores da UNIB distribuíram na última segunda-feira, 9/2, na tentativa de desmobilizar os professores. O documento – intitulado “A comunidade Ibirapuera questiona” – é, antes de tudo, um compêndio de mau português, com erros grosseiros de toda ordem. Mas é também um atentado ao bom senso quando tenta justificar a incompetência administrativa dos donos da escola com clichês do tipo “crise mercadológica do ensino universitário brasileiro” ou “crise mundial” (leia aqui o fac-símile do documento), como se a crise da UNIB não fosse anterior a tudo isso.
O reitor da UNIB enviou aos professores um curto email assinado com aquilo que chama de “assertiva de Sêneca” (Conhecemos os bons marinheiros nas tempestades), na inútil tentativa de explicar por que cargas d’água não recebem seus salários. O pensador cordovês bem poderia ter sido lembrado por outra de suas máximas: “O início da salvação é o conhecimento da culpa”.