"Capitã Cloroquina" defende
escolas abertas para criar efeito
rebanho nas crianças
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"Mantendo as pessoas em casa [...] nós atrapalhamos a evolução natural da doença naquelas pessoas que seriam assintomáticas, como as crianças, e a gente teria um efeito rebanho." Foi esse o argumento da secretaria do Ministério da Saúde, Mayra Pinheiro, ao defender as atividades presenciais nas escolas. O vídeo foi mostrado pelo senador Renan Calheiros (MDB/AL), na sessão da CPI da Pandemia de 24/05.
Confrontada pela senadora Eliziane Gama (Cidadania/MA) que lhe perguntou sobre o contato dessas crianças os professores, a equipe da escola e familiares, ela respondeu: "Os casos mais graves [dos adultos contaminados] a gente isola". E reza para não morrer, é claro.
Mayra não é uma médica qualquer. Ela ocupa o cargo de secretaria de gestão do trabalho e da educação da saúde desde a posse de Bolsonaro e resistiu à troca de quatro ministros.
Quando abre a boca, Mayra não manifesta apenas suas convicções pessoais. Ela expressa uma política irresponsável que desprezou o avanço da pandemia, sonegou vacinas, defendeu medicamentos sem eficácia para tratar Covid e matou pessoas.
A médica disse ter comparecido à CPI na condição de "técnica". Bobagem. Ela é a representação escancarada do fundamentalismo bolsonarista, tosco e obscuro, responsável, entre outras tragédias, pela perda de mais de 450 mil vidas. Isso sem contar outros delírios como a ameaça comunista, o pênis na porta da Fiocruz, os médicos cubanos e muito mais.
No caso específico das escolas, o discurso de Mayra também é exatamente o mesmo do movimento Escolas Abertas: professores, funcionários, pais, avós não existem ou não importam. Podem adoecer, podem morrer. Sua invisibilidade fará com que eles não entrem na conta pelo retorno inseguro às aulas presenciais.