Laureate: ensino a distância ou distância do ensino?
Laureate demite 70% dos seus docentes em educação a distância, frauda regulamentação acadêmica e compromete qualidade de ensino; docentes reagem com mobilização no Sindicato.
O Sinpro SP reuniu os professores demitidos nesta quinta-feira, 20/12 para organizar a reação às medidas da Laureate, em reunião coordenada pelo professor Celso Napolitano. O sindicato voltará a reunir o grupo em janeiro para dar continuidade à mobilização, que inclui a realização de audiência pública na Assembleia Legislativa de São Paulo, já marcada pelo mandato do deputado estadual Carlos Giannazi para o dia 11 de fevereiro.
O grupo Laureate no Brasil inclui as instituições de ensino Anhembi/Morumbi, o complexo educacional FMU, Unifacs, Universidade Potiguar e o centro universitário Fadergs.
Levantamento preliminar indica que a Laureate, com sede em Baltimore, nos Estados Unidos, teria demitido 100 dos 150 docentes que integravam seu grupo de educação a distância – o que caracteriza emissão em massa, utilizando-se de uma brecha nas regras introduzidas pela infame ‘reforma’ trabalhista de 2017.
Além da questão trabalhista, a Laureate vem praticando inúmeras irregularidades pedagógicas, como a programação de aulas por 60 minutos com o pagamento limitado a 50 minutos por aula, utilização de docentes registrados por uma de suas escolas em outras unidades do grupo, reutilização de material acadêmico sem reconhecimento de direito de autor, apontamento irregular de horas-aula e outras, visando inclusive burlar critérios de credenciamento da instituição junto ao Ministério da Educação.
Possíveis ações judiciais estão sendo examinadas e serão discutidas e encaminhadas, caso aprovadas, quando o grupo de professores demitidos voltar a reunir em janeiro no Sindicato.