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O bonito exemplo de Débora

Atualizada em 21/03/2018 18:04

Uma lição de civilidade, educação e respeito. Isso resume a linda carta pública da professora Débora Seabra dirigida a Marília Castro Neves, desembargadora desprovida dos atributos que Débora de sobra.

Enquanto o país assistia atônito às notícias sobre a brutal execução de Marielle Franco e Anderson Gomes, Marília mostrou acusou a vereadora de ter sido eleita pelo Comando Vermelho e de ter morrido porque ‘descumpriu compromissos com os seus apoiadores’.

Em outro post, Marília volta a destilar preconceito e ignorância ao comentar sobre uma professora portadora de Síndrome de Down.

A resposta campeã chegou numa carta redigida por Débora Araújo Seabra de Moura.

Débora é portadora de Síndrome de Down. Trabalha numa escola em Natal (RN) como professora auxiliar de crianças.

Na carta, Débora descreve as atividades que desenvolve e emociona:

“Trabalho à tarde todas os dias com minha equipe, que tem uma professora titular e uma professora auxiliar (...) Estudo o planejamento, participo das reuniões, dou opiniões, conto histórias para as crianças, ajudo nas atividades, vou para o parque com elas, acompanho as crianças nas aulas de inglês, música e educação física...”

E a frase definitiva: “Eu ensino muitas coisas para as crianças. A principal é que elas sejam educadas, tenham respeito pelas outras, aceitem as diferenças de cada uma, ajudem a quem precisa mais”.

Débora foi exemplar em todos os sentidos. Elegante e firme, acrescentou mais uma desqualificação pública a essa juíza.

E sua carta não fica só no exemplo de civilidade. Seu texto singelo e coerente pode ser um bonito gancho nas aulas de redação.

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