Campanha salarial

Professores do ensino superior repudiam proposta patronal

Atualizada em 25/04/2015 12:41

A assembleia dos professores do ensino superior realizada neste sábado, 25/4, rejeitou a contraproposta patronal e propôs encaminhamentos de luta em defesa das reivindicações e direitos da categoria nesta campanha salarial.

Na última rodada de negociação, o sindicato patronal continuou ignorando a pauta dos professores e insistiu em um pacote econômico inaceitável: 5% de reajuste retroativo a março, 7,4% em agosto mais 12% de abono também em agosto.

A assembleia aprovou a continuidade das negociações, mas também outros instrumentos de luta: tentativa de conciliação no Ministério do Trabalho, instauração do dissídio coletivo e indicativo de paralisação da categoria.

Também foi bastante discutida a importância das redes sociais para a mobilização da categoria e ampla divulgação, inclusive junto aos alunos, dos problemas enfrentados na campanha salarial.

Os professores aprovaram ainda a divulgação de uma nota de repúdio para denunciar a manobra dos patrões em usar o Fies como desculpa para inviabilizar as negociações salariais. O texto será redigido com os outros 24 sindicatos que integram a Fepesp.

Protesto contra o PL 4330 e as MPs 664 e 665

Também foram aprovadas duas notas de protesto. A primeira, contra a aprovação do PL4330, solicitando que o Senado rejeite a matéria. A segunda, contra a edição das medidas provisórias 664 e 665, que altera e reduz benefícios sociais, como pensão por morte e seguro-desemprego.

O texto contra as medidas provisórias ainda será redigido e divulgado pelo Sinpro-SP na próxima semana. Leia abaixo a nota de repúdio contra a terceirização:


NOTA DE REPÚDIO AO PL 4330/2004

Reunidos em assembleia no dia 25/4, os professores do ensino superior privado do estado de São Paulo vêm a público manifestar repúdio aos deputados que aprovaram o PL 4330/2004 e solicitar que o Senado rejeite a proposição.

O PL 4330 representa um retrocesso sem precedentes. Se vier a ser aprovado, tornará legal a contratação sem vínculo empregatício e jogará na lata do lixo os direitos conquistados pelos trabalhadores em muitas décadas de luta.

Em nenhum país do mundo a terceirização foi adotada de maneira tão radical e com tanta redução de direitos. Longe de representar a modernização nas relações de trabalho, a proposta aprovada pela Câmara dos Deputados em 22/4/2015 coloca os trabalhadores na era pré-industrial na Inglaterra do século XVIII.

Não é esse o país que queremos. O PL 4330 simboliza o que há de pior e mais atrasado em parte do empresariado. Sua aprovação será um erro de altíssimo e irreparável custo para todos os trabalhadores.

Por este motivo, existe uma única possibilidade para o PL 4330: o seu arquivamento, pela rejeição no Senado.

Professores do ensino superior,
reunidos em assembleia no Sinpro-SP, em 25/04/2015

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