Ensino superior

Em assembleia, professores da Estácio exigem respeito

Atualizada em 13/12/2017 17:24

Atualizado em 14/12/2017, às 16h59min

Em clima de muita indignação, professores da Estácio estiveram reunidos no SinproSP, na noite de terça-feira, 12, para discutir as demissões em massa ocorridas na Instituição. A assembleia deliberou sobre os próximos encaminhamentos que devem ser adotados pelo Sindicato.

Durante a assembleia, muitos dos presentes denunciaram a violência cometida contra os professores no momento da demissão. Houve relatos de docentes arrancados da sala de aula e alguns chegaram a ser demitidos na frente de alunos. Um professor foi impedido de orientar seus alunos no dia da apresentação dos TCCs. Diante das graves acusações, a assembleia decidiu exigir da Estácio uma retratação pública e indenização pelo constrangimento sofrido.

Segundo os presentes, a Universidade demitiu os professores mais qualificados e com remuneração mais alta para contratar outros por salários bem mais baixos. O objetivo foi atender aos interesses dos acionistas. Prova disso é que as ações subiram quase 6% após o anúncio das demissões.

Segundo o diretor do SinproSP, Walter Alves, a Estácio demitiu 209 dos 1000 professores contratados em todo o estado de São Paulo. A informação veio dos representantes da Universidade, na reunião realizada com os sindicatos dos professores de São Paulo, Osasco, ABC e Ribeirão Preto.

Decisões

Ao final das discussões, os professores aprovaram uma pauta de reivindicações e marcaram nova assembleia para a próxima sexta-feira, 18/12, às 15h, no SinproSP.

Além da retratação pública pelo constrangimento, os professores querem: a) indenização adicional de um salário para cada dois anos trabalhados na Instituição; b) manutenção da bolsa de estudo até o final do curso para os dependentes já matriculados; c) permanência no plano de saúde sem nenhum custo, por pelo menos seis meses.

A pauta será encaminhada a Estácio. Uma nova reunião com os patrões está marcada para o dia 14/12, com a participação, além do SinproSP, dos sindicatos de professores do ABC, de Osasco e de Ribeirão Preto.

Ações políticas

O SinproSP anunciou, entre outras medidas, a realização de duas audiência públicas. A primeira, por iniciativa do deputado Carlos Giannazi (Psol), ocorrerá na Assembleia Legislativa de São Paulo na 5ª feira, dia 14 de dezembro, às 17h30min.

No dia 20, 4a feira, haverá nova audiência pública, desta vez na Comissão de Trabalho da Câmara dos Deputados, em Brasília. A audiência foi pedida pelo deputado federal Orlando Silva (PcdoB/SP).

Em todo o país, multiplicam-se manifestações de protestos e solidariedade aos professores. A demissão em massa na Estácio expõe um modelo de ensino superior mercantil, que excluiu de sua lista de prioridades a qualidade no ensino.

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