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Professores do Sesi discutem suas condições de trabalho

Atualizada em 26/10/2012 15:38

Os professores do Sesi reuniram-se na última quarta-feira, 24/11, para debater suas condições de trabalho em evento promovido pelos SINPROs de todo o estado articulados em torno da Federação dos Professores, na primeira edição do “Conexão FEPESP”.

O evento teve início com a palestra de Daniel Ribeiro Mill, pesquisador da UFSCar, que falou sobre as relações de trabalho diante das novas demandas e desafios propostos pelas TDICs (Tecnologias Digitais de Informação e Comunicação).

Mill propôs um olhar mais crítico dos professores diante da intensificação do trabalho com as novas tecnologias. “É preciso conhecer as tecnologias, ter domínio delas, para atingir o nível consciente de seu uso”, explicou.

Segundo o Prof. da UFSCar, é necessário que os docentes tomem ciência da real situação da intensificação do trabalho na escola para que possam se articular em torno da luta por mudanças, na defesa de seu ofício e de seus direitos.

A palestra realizada no Teatro Anhembi Morumbi, na capital, foi transmitida simultaneamente para os outros sindicatos do estado. Depois, iniciaram-se as discussões entre os professores presentes em cada SINPRO, com os relatos sobre as dificuldades vividas pelos docentes.

Dois grandes tópicos foram destaques no debate e estabeleceram o pano de fundo dos problemas: o aumento da carga de trabalho e a necessidade de regulamentação do trabalho extraordinário que vem sendo incorporado à rotina dos docentes do Sesi. Acompanhe no quadro abaixo as demandas feitas pelos professores do Sesi São Paulo. Tais propostas serão somadas às dos demais professores do estado para que se possa construir uma pauta única de discussões.

Resoluções dos professores do Sesi de São Paulo

1. inclusão dos maridos como dependentes no plano de saúde

2. critério diferenciado de remuneração no Saber em Ação: o professor que leciona no Fundamental II e Médio foi pago pela hora-aula do Fundamental. Quem leciona apenas no Médio, recebeu pelo valor da hora-aula do Médio.
Obs: os professores também reclamaram que o pagamento pelo valor da hora-aula mais baixo também é usado nas substituições , mesmo quando o professor substituiu um outro em classe do ensino médio.

3. atribuição de aulas: professores do ensino médio estão sendo obrigados a assumir classes no Fundamental, mesmo que outros docentes queiram pegar essas aulas.

4. recesso de 30 dias - “Recesso com Semana do Saber nunca mais!”

5. plano de carreira

6. questões relativas a condições de trabalho e sobrecarga:
a) burocracia e trabalho excessivos no preenchimento das FIAPs e diários digitais (?)
b) acréscimo de trabalho e responsabilidade para o professor coordenador
c) necessidade de manter infraestrutura de informática própria (3G, por exemplo), porque as unidades do Sesi não tem wi-fi
d) trabalho na hora do intervalo
e) recebimento de e-mails durante o período de recesso e férias, com textos e questões para serem lidas em casa e analisadas no primeiro dia do retorno das aulas)
f) falta de condições para guarda das provas (o professor é obrigado a ficar com as provas, em caso de recurso do aluno)
g) laboratórios:
g.1) como não há auxiliares, são os professores que precisam preparar os laboratórios para a aula. Eles também precisam deixar o local arrumado para o dia seguinte, apesar de não ser sua função. Ao mesmo tempo, o Sesi exige que ele bata o ponto no horário certo para não pagar hora extra.
g.2) trabalho extraclasse: a preparação da aula de laboratório é complexa, demanda tempo e o professor deveria ser remunerado por isso.
h) atividades multidisciplinares – mecatrônica (lego) – os professores reclamam da falta de condições adequadas e de remuneração para uma atividade que envolve uma carga de trabalho excessiva e muito tempo de preparação.

7. redução da defasagem salarial com o ensino médio

Como remunerar o professor, diante das exigências criadas?
Surgiram três propostas:
- universalizar o HTPC ou, não sendo possível, reduzir de 36 para 30 aulas o limite a partir do qual ele será pago
- ampliar a hora-atividade
- reivindicar a destinação de 1/3 da jornada para atividade extaclasse, como existe para os professores da rede pública.

Com informações da FEPESP
Fotos de Antonio Carlos Barboza

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