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Entre pietás e noivas em cavalos brancos, Guerra e Paz retorna ao Brasil

Atualizada em 25/10/2011 14:36

Após 54 anos guardados na entrada no hall de entrada da Assembleia Geral da ONU, e fora dos olhos do público uma vez que por motivos de segurança nem mesmo nas visitas monitorada a obra era exposta, o grande sonho do pintor Cândido Portinari será realizado. Guerra e Paz será aberto ao grande público.

Após serem totalmente restaurados, por artistas brasileiros no Rio de Janeiro, os painéis serão expostos em São Paulo, no Memorial da América Latina entre 6 de fevereiro até 21 de abril de 2012. A cidade paulista é o primeiro endereço de uma série que as obras devem percorrer até 2013. Na jornada está cidades como Hiroshima e Oslo, que a passagem no caso coincide com a entrega do Prêmio Nobel da Paz.

Além dos paineis o Projeto Portinari, que é o responsável pela organização e realização da mostra, traz para o público mais de 100 estudos realizado pelo pintor nos quatro anos em que a obra era produzida. Nem mesmo Cândido Potinari teve a oportunidade de vê-los em sua totalidade.

Sobre a obra Guerra e Paz
Logo a primeira vista os tons de azul saltam aos olhos até do mais desatento observador. Em ambos os paineis a cor está presente. Seja em tonalidades mais escuras que contrastam com laranjas intensos no painel Guerra, ou em Paz com azuis mais suaves harmonicamente dispostos com amarelos claros.

Nos dois paineis também é possível encontrar referencias regionais que na obra são transcritas de maneira universal. Em Guerra há diversas Pietás (mães com seus fihos mortos no colo), figuras comumente encontradas nas obras de Portinari como retirantes nordestinas. Já em Paz as crianças nas gangorras fazem claramente uma alusão a cidade natal do pintor, Brodósqui.

Uma curiosidade sobre os paineis de Guerra e Paz é que durante a fase de criação, Cândido Portinari foi proibido de pintar pelos médicos. A tinta usada em obras como aquela causam ao longo do tempo envenena quem as utilizam. Mesmo contrariando as ordens médicas, Portinari continuou pintando durante 9 meses os murais utilizando um pincel extremamente pequeno, utilizado para quadros de cavalete, para suavizar o envenenamento que as tintas lhe causavam.

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