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As demissões no ensino superior Com ou sem pandemia, o final de junho é sempre um período carregado de tensão para os professores. Não bastassem as avaliações, fechamento de notas, reposição de aulas, há ainda a sombra da demissão, especialmente no ensino superior de cursos semestrais. A concentração de demissões nos finais de semestre (principalmente em dezembro) deve-se à Garantia Semestral de Salários, um importantíssimo direito assegurado na Convenção que encarece e por isso dificulta as dispensas durante o período letivo. Esse ano, contudo, há algo de diferente. Os números, ainda preliminares, assustam em algumas instituições. Na Uninove e Unicsul, as demissões devem atingir entre 30% e 35% do corpo docente. Culpa da Covid-19? Da evasão? Inadimplência? Não. Os mantenedores estão fazendo da pandemia o laboratório para acelerar uma reestruturação que já vinha sendo construída e que tem como único objetivo ampliar os lucros, que nunca foram baixos, pela redução drástica na folha de pagamentos e precarização do trabalho. E isso não seria possível sem a conivência do Ministério da Educação e do Conselho Nacional de Educação. Para o SinproSP, toda professora, todo professor importa e toda demissão, no ensino superior ou na educação básica, é uma tragédia. Por isso, está apurando as dispensas em outras instituições e, para tanto, depende fundamentalmente da informação da categoria. O Sindicato vai acolher, orientar e prestar toda assistência possível aos professores. E, nos locais em que forem identificadas outras demissões em massa, continuará recorrendo a todos meios jurídicos e políticos para conter esse processo. Leia também: » Educação básica: quem sai da escola no meio do ano tem direito à PLR de 2020 » Ensino superior: patrões recuam e aceitam preservar a Convenção Coletiva |
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